Hoje em dia, ensinar os filhos a se tornarem investidores não é tarefa das mais simples. Até mesmo porque a gente vive em um país que ainda não tem esse tema como prioritário. Porém a boa notícia é que se você acredita nisso, então, pode fazer a sua parte.
A gente separou 10 dicas eficazes para você introduzir a educação financeira na vida dos seus filhos. E, de um modo sequencial, ele poderá se tornar um investidor ainda quando pequeno. Confira abaixo, todo os tópicos, que variam do “falar de dinheiro” até “criar o investimento”.
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10 – Fale sobre dinheiro
A primeira das dicas para ensinar os filhos e as crianças sobre investimentos é começar a falar sobre dinheiro desde cedo. Isso é bem bacana de ser comentado aqui porque o tema é tabu em muitas famílias modernas. E é tabu por causa de herança cultural que temos.
Só que como toda crença limitante, a gente precisa começar uma mudança. E essa mudança tem que partir dos pais, dos tios, dos responsáveis. Então, nada de achar que “dinheiro é coisa de adulto” a partir de agora, está bem?
Quanto mais a gente introduz de forma natural um assunto na vida das crianças, mais fácil será delas aprenderem que aquilo é comum, natural e não um assunto de adultos. Só que você não tem que discutir na frente deles, hein. Mas, sim comentar sobre compras e investimentos.
9 – Dê o exemplo
Para complementar o que falamos acima, considere que mais do que falar sobre o dinheiro em casa, o ideal é que você dê o exemplo. Mas, como assim dar o exemplo? Atitudes como fazer a lista de compras para ir no mercado e apagar as luzes quando sair do quarto já é um bom sinal.
Ou seja, tudo o que envolva dinheiro, desde a economia doméstica até o estudo para comprar um carro, pode ser absorvido pela criança. E quanto mais você der esse exemplo, fizer na frente dele, melhor será. Aliás, deixe que os filhos ajudem você na tomada de decisão.
“Mas, papai/mamãe porque temos que ir em duas lojas de carro”? É a sua chance de falar que essa pesquisa de preços pode dar um resultado final muito importante. E só para concluir, saiba que o inverso também vale: se você for desorganizado, eles vão aprender isso também.
8 – Ensine as prioridades
É claro que no começo, se nunca falou de finanças antes, vai ser muito difícil introduzir a questão dos investimentos. Por outro lado, eles já podem começar a entender as prioridades. Por exemplo, aquela compra do carro pode fazer com que vocês não viagem.
Só que eles podem entender que há um motivo grande para isso: sem carro, eles não poderão ir para a escola durante o ano todo. Sendo assim, a família não tem dinheiro para comprar o carro e viajar e, portanto, terão que escolher o que é mais importante e viável.
Essa tomada de decisão também pode ser deles. Logo, mostre como uma escolha impacta na outra. E talvez seja um bom momento para começar a falar também sobre a importância de poupar dinheiro para compras maiores, mais caras, como do carro ou da viagem.
7 – Mostre a poupança
Aqui, a ideia é que você mostre como funciona uma poupança. E não estamos falando, necessariamente, de uma caderneta da poupança e sim do hábito de poupar, ok? Portanto, você nem precisa abrir conta no banco para isso.
O que é uma boa ideia é falar que poupar é uma forma de juntar dinheiro para as futuras compras. Isso porque nem sempre a gente vai ter todo dinheiro à vista. Ao invés de ganhar um vídeo game agora, ele pode esperar 3 meses para ganhar patinete motorizado, por exemplo.
Só que para mostrar a poupança na prática, você tem que pensar em um meio alternativo e mais prático. Então, é aqui que entra a questão do cofrinho ou da mesada ou de ambos, como vamos mencionar no próximo tópico.
6 – Dê a mesada
Para ele começar a poupar terá que ter uma fonte de renda, certo? Aqui nesse tópico você, enquanto responsável pela criança, tem um mundo de opções. Há quem prefira trocar o dinheiro por “serviços” como arrumar o quarto e lavar a louça.
Outros pais preferem dar o dinheiro e ir tirando aos poucos, conforme o mau comportamento. Há ainda aqueles que optam por um cartão de crédito pré-pago. No fim, você tem que buscar o que achar mais conveniente para vocês.
De um modo geral, pensando no público brasileiro, a ideia de dar mesada por semana (no que seria semanada) e pensando em valores arredondados, como de R$ 2 e de R$ 0,50 é muito mais viável. Mas você é livre para escolher o que achar melhor.
5 – Tenha um cofrinho
E seguindo essa ordem, a gente tem a ideia do cofrinho, que pode ser a de poupar dinheiro. Para um começo essa ideia é bem legal porque vai mostrar a ele como é que dá para pegar uma renda total e guardar apenas uma parte, vivendo com o restante.
Isso servirá de base, mais tarde, para você ensinar a ele sobre o investimento, que é diferente da poupança, certo? Então, tente caprichar muito bem nesse passo. E lembre-se que a ideia pode ser a de poupar para comprar um bem maior e mais caro no futuro.
Sobre o cofrinho, você também tem um mundo de opções. Há quem prefira os porquinhos, que não abrem (só quebrando). Tem aqueles cofres com códigos também. Ou simplesmente caixas de sapatos personalizadas. Veja o que mais convém para vocês.
4 – Diversifique os sonhos
Quando você achar que ele já pegou bem a ideia do poupar para comprar, então, comece a diversificar os sonhos com a família toda. Por exemplo, pense em juntar dinheiro em conjunto. Isso poderá servir para ele ver como funciona um fundo de investimento, mais tarde.
Então, além de poupar R$ 0,50 para comprar o boneco do Homem-Aranha que ele quer, ele também poderá poupar R$ 0,50 para ir para a praia com a família no fim de ano. E jamais desfaça do dinheiro/poupança dele, mesmo que seja um valor baixo, tudo bem?
Lembre-se que muito mais do que pensar em valores, agora é hora de a gente trazer a teoria para a prática. E com esses pequenos valores financeiros, ele vai entender um grande valor para a vida. Pense nisso.
3 – Ensine sobre decisões
Nesse meio caminho, desde a mesada, saiba que é bastante interessante deixar a criança tomar as próprias decisões. Isso vai desde a compra de um doce agora ou guardar mais do que for o combinado. Afinal, toda decisão gera um resultado e ela aprenderá com isso.
O mais importante é você pensar sempre do lado didático da coisa. Ou seja, se ela gastar tudo agora vai precisar começar do zero semana que vem. Ao mesmo tempo, não vai ter dinheiro para comprar o que quer tão cedo. Porém, terá o prazer momentâneo de fazer a compra.
Aliás, saiba que é nessa hora que você poderá surpreender-se com o seu filho: porque pode ser que ele queira até mesmo fazer doações para aquele morador de rua que está sem comer. Só use esse momento para ensiná-la a compartilhar e saber o quanto pode doar.
2 – Simule exemplos reais
Outra boa dica, que está nos livros infantis sobre educação financeira, é sobre simular exemplos reais. Por exemplo, se você atrasar na mesada dele algum dia, saiba que depois terá que pagar com juros, entende?
Ou mostre que se ele comprar um brinquedo agora, dá para parcelar em 3 vezes. Porém, isso vai sair mais caro do que se ele juntasse tudo à vista. E aproveite para leva-lo ao mercado e em outros lugares onde ele veja essa importância do que acontece na vida real.
Um dos piores erros dos pais é esconder dos filhos a verdade, a realidade. Porém, quando se fala em finanças, saiba que o vivenciar na prática tem um peso muito significante. E o seu papel é ainda mais importante porque você é o exemplo a ser seguido.
1- Crie um investimento próprio
Dessa forma, a gente chega ao fim dos tópicos, com os investimentos. Se o seu filho passou por todas essas etapas, com certeza, ele estará apto para entender o poder dos investimentos e dos juros compostos. Então, considere criar um investimento. Como? A gente explica.
Saiba que você pode continuar com a mesada. E, ao invés de dar a ele a chance de só poupar, pode criar um investimento dizendo que se ele poupar R$ 2 nessa semana, na próxima terá R$ 0,50 a mais de rendimentos. Ou algo assim. A ideia é pensar no rendimento mesmo.
Então, se ele tem renda de R$ 2 semanais, saiba que na próxima semana ele vai receber R$ 2 da semana e mais R$ 0,50 dos juros. Depois, se continuar investimento, pode ganhar R$ 1 a mais de juros. E assim o dinheiro vai se multiplicando. Entendeu?
Quando é o momento certo para falar sobre dinheiro
Para concluir a matéria, considere a idade do seu filho. Bem, isso também é um tema a ser discutido porque tudo vai depender do quanto você já falou sobre dinheiro para ele. Há, inclusive, algumas escolas que possuem a disciplina de educação financeira. Outras, não.
Então, o mais adequado é que tente conhecer mais sobre o seu filho e lembrar que é uma escada que dá para ir seguindo ao longo dos anos. Ou seja, mesmo que ele não saiba nada de dinheiro, com suas dicas e hábitos, ele poderá se tornar um investidor ainda enquanto pequeno.