Se a gente for considerar o que se sabe sobre a história de Mansa Musa, a gente começa por ver que não se tem certeza sobre como se escreve: podendo ser Musa ou Muça. Mas, isso não importa. O fato é que ele foi considerado o homem mais rico de todos os tempos.
Chamado de rei dos reis ou imperador, ele foi quem comandou o Império do Mali, em um reinado que variou entre 1312 e 1337. Essa região era formada pelos territórios do Império do Gana e Mali. Agora, o que fez desse imperador o mais rico é o que chama a atenção.
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De onde vinham as riquezas de Mansa Musa
Acredita-se que não é a toa que esse imperador tenha ganhado vários títulos. Por exemplo, era Emir do Mali, Senhor das Minas dos Uangaras, além de conquistador de Ganata, Futa Jalom e outras dúzias de estados da região. O resultado: o homem mais rico da história.

Já sobre o Império do Mali, o que se sabe é que, conforme escritos de estudiosos árabes, o avô de Musa foi Abu Baquir, irmão de Sundiata Queita, o fundador do Império de Mali. Ainda conforme fontes, ele tomou posse após o rei embarcar em uma missão e nunca mais voltar.
Somando tudo isso, o valor da fortuna dele seria tão grande que não daria para calcular o valor exato. Só que apesar de já termos introduzido o assunto aqui, você não sabe, exatamente, quem foi Mansa Musa, né? Afinal, onde fica Mali, de que séculos estamos falando?
A história de Mansa Musa
Mansa Musa foi um rei africano que governou no século 14. O Império Mali ou o Império do Mali foi um Império pré-colonial africano que existem na Idade Média. Ficava na região de Manden, onde hoje temos Mali, Serra Leoa, Senegal, Gâmbia, Guiné e a Saara.

Foi um dos impérios mais poderosos que se tem relatos na história da humanidade. Além de ser uma potência, também era muito rico, em termos de ouros e pedras preciosas. Por isso, foi o mais rico da história e teve o homem mais rico também.
Ele foi fundado por Sundiata Queita, na Saara Ocidental e começou com um pequeno reino na parte superior do rio Níger, próximo a Niani. Ganhou forças após o declínio do Império de Gana. Queita era um príncipe-guerreiro que foi chamado para libertar o povo do Mali.
A quantidade de ouro de Mansa Musa
A fortuna de Mansa Musa é somada de uma série de fatores, como vimos acima. Mas, não dá para negar que a quantidade de ouro tinha um peso bastante importante. O valor é tão alto que nunca nenhum economista conseguiu fazer o cálculo da quantia exata.

Ainda assim, alguns historiadores decidem arriscar algo superior a US$ 3 trilhões. Mas, sem considerar esse chute, o que se sabe é que toda a imprensa e até mesmo a maioria dos historiadores falam em “mais rico do que qualquer pessoa possa descrever”.
Os estudiosos falam ainda que o rei africano era mesmo o mais rico do seu tempo e dos próximos tempos porque era quem comandava toda a produção do ouro. Assim, tudo era de posse dele. E tem mais um detalhe: impostos.
Havia cobrança de impostos no século de Mansa Musa
Com base em fontes árabes, os reis de Mali, não apenas o Mansa Musa, mas todos os outros, cobravam impostos consideráveis sobre o ouro em todo o reino. Assim, isso garantia que ele tivesse acesso a recursos de ouro de forma ilimitada.

O que se prova que a questão do ouro nunca foi um problema para o rei Mansa Musa. E, como vamos falar no próximo tópico, ele não se importou em fazer uma doação agradável para outro povo, lá do Egito. Confira essa história.
Mais recentemente, alguns estudiosos chegaram a falar que a fortuna de Mansa Musa deveria valer mais do que US$ 400 bilhões. E a explicação é que ele seria o responsável por metade do ouro que circulava nos continentes africano, europeu e asiático.
A caravana para Meca do imperador Mansa Musa
Só que tem um fato curioso nisso tudo. Ainda que hoje ele tenha esse título, considere que ele era desconhecido até 1314. Foi nesse ano que ele montou uma caravana com muito luxo que foi para a cidade de Meca. Ele foi acompanhado por mais de 60 mil homens.

No meio do caminho até Meca, ele ainda fez uma parada na cidade do Cairo, no Egito. E foi lá que ele fez uma doação iniciativa do seu ouro. No entanto, sem preparo para isso, a cidade egípcia entrou em colapso, devido a grande quantidade de ouro que tinham.
Somente após 12 anos a economia local voltou a funcionar bem. Hoje, muitos estudiosos dizem que esse foi o primeiro ou um dos primeiros casos de inflação que o mundo vivenciou.
Mais sobre a peregrinação para Meca
Se você não entendeu bem essa peregrinação para Meca, a gente explica. Musa era um muçulmano devoto, que deveria visitar a cidade sagrada do islamismo ao menos uma vez em toda a sua vida. E ele resolveu fazer isso nessa espécie de procissão.

A quantidade de ouro estimada que estava sendo carregada era de 5 toneladas. E outros estudos dizem que além do Cairo, ele também doou parte do ouro para Medina. E tem mais um detalhe que somente alguns estudos revelam.
Na viagem de volta para Mali, o rei africano fez empréstimos com os comerciantes locais para diminuir a quantidade de ouro no mercado. E foi a partir disso que a economia local começou a se reestabelecer.
A dominação do reinado de Mansa Musa
Esse grande evento até Meca foi importante como marco da história. Mas, o que se sabe é que, no fim das contas, o Império todo tinha a dominação de 400 cidades, todas povoadas.

Mansa abriu o mercado para rotas de ouro, sal e marfim, além de outras especialidades. E como sempre, em séculos passados, a dominação se mantém a partir de ouros, mas também em uma visão de gestão pública. E, não há como negar que Musa era um ótimo administrador.
A morte de Mansa Musa
A morte de Musa tem muitas dúvidas devido as possibilidades que se aplicam os historiadores. Isso porque eles comparam com os reinados anteriores, como de Mansa Magam e o irmão mais velho, o Mansa Solimão. O que se sabe é que o reinado de Mansa Musa durou 25 anos.

Assim, a sua morte é calculada em 1332. Outros registros dizem que ele abdicou do trono para o filho Magam e morreu após retornar a Meca, em 1325. No entanto, a data mais aceita é 1337, que diz que ele estava vivo quando a cidade de Tremecém, na Argélia, foi conquistada.
Ele foi exposto em um atlas catalão de 1375, onde diz que “este senhor negro é Muça Mali, senhor dos negros da Guiné. Tão abundante ouro que foi achado em seu país que ele é o mais rico e nobre rei em toda a terra”. Após a morte, guerras internas levaram Mali à decadência.
O legado de Mansa Musa
E aqui entra uma questão bem legal de ser contada. Como o dinheiro não era problema, esse rei-imperador fazia alguns bons usos dele. Por exemplo, ele também é conhecido como um governante que investiu muito em construções.

Na época, nasceram grandes mesquitas, madraças (que eram casas de estudos islâmicos) e até mesmo universidades. Por exemplo, é de lá que vem a Universidade de Sankore, que funciona até hoje. Ele também era controlador do sal e isso permitia um alto poder de barganha.
Outra coisa que vem do legado do imperador de Mali é que a cidade de Tombuctu era um dos lugares com a melhor qualidade de vida do planeta nesse século. Por isso, até hoje é um ponto de estudo para muitos pesquisadores da África.
O investimento no conhecimento estrangeiro
É claro que esse título ficou moderno demais para a época. No entanto, a ideia é justamente essa, já que o rei africano Mansa Musa trouxe com ele muitos estudiosos e trabalhadores árabes, assim como arquitetos.

Por exemplo, o andaluz Abu Es Haq es Saheli cobrou 200 quilos de ouro para construir a suntuosa e imponente mesquita Djinguereber, que fica em Timbuctu. O que só prova que o imperador foi responsável pela expansão do islã na África.
Ele também trouxe alguns descendentes profetas para abençoar o país. Começou a apoiar artistas e eruditos. E foi nesse conjunto de fatores, investimentos e dominação que Mansa Musa se tornou o homem mais rico que o mundo já viu.
Os mais ricos que já existiram
Ao que tudo indica, são poucos os que contrariam a ideia de que Mansa Musa foi o mais rico que já existiu na história. A partir dele, cria-se uma lista dos que seriam os outros mais ricos do mundo, de todos os tempos.
Por exemplo, Otaviano Augusto, o primeiro imperador de Roma. O imperador Shenzong, que é o terceiro da dinastia Song, na China. Akbar, o Grande, que foi o terceiro mongol da Índia, da dinastia Timúrida. E aí vem nomes que conhecemos melhor: Josef Stalin e Andrew Carnegie.