Os Jogos Olímpicos são divididos hoje em dia entre os de inverno e os de verão. Em 2018, por exemplo, nós tivemos o de inverno em PyeongChang, na Coréia do Sul. Uma das curiosidades é que foi nessa edição que tivemos a medalha olímpica mais pesada de toda a história.
Logo, se ela tem um peso maior, então, ela tem mais valor também, certo? É isso que nós vamos descobrir nas próximas linhas do texto. A se considerar, inclusive, que a medalha de ouro olímpica deixou de ser fabricada com ouro há bastante tempo.
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Entenda um pouco mais sobre os tópicos abaixo no nosso artigo:
- A medalha de ouro não é de ouro;
- Qual é o preço da medalha de ouro?;
- Quanto vale uma medalha olímpica?;
- A medalha olímpica mais cara de todos os tempos;
- O atleta que ganha medalhas, também ganha dinheiro;
- Outros países que bonificam os atletas;
- As medalhas olímpicas ecológicas;
- A medalha de ouro de Esquiva Falcão;
- O museu dos itens olímpicos;
- Por que os atletas mordem as medalhas.
A medalha de ouro não é de ouro
Pode até ser que você não conhecia, mas essa história é antiga. Isso porque desde 1912, nos Jogos de Estocolmo, na Suécia, as medalhas dos campeões das Olimpíadas não são mais de ouro maciço. E isso vale tanto para os Jogos de Verão como para os Jogos de Inverno.
Por outro lado, há um mínimo que precisa ser seguido conforme as regras do Comitê Olímpico Internacional: 6 gramas de ouro em cada medalha de ouro. Ou seja, na medalha de ouro de PyeongChang, apenas 6 gramas era de ouro na medalha que pesava 586 gramas.
Ela foi considerada a mais pesada de toda a história. A criação foi feita pelo artista local Lee Suk-woo. Curiosamente, uma mudança é que ela teve a inserção das letras do alfabeto coreano em todas as unidades que foram feitas. Ao todo, foram 259 delas.
Até 1912 as medalhas eram de ouro
Só para complementar o que falamos no tópico anterior, saiba que até os Jogos de 1912, em Estocolmo, as medalhas de ouro eram feitas totalmente de ouro. Assim sendo, se a gente considerar essa produção hoje em dia, o custo seria de, ao menos, R$ 22 mil para cada uma.
Aliás, saiba que as medalhas que são entregues no Prêmio Nobel são feitas de ouro 18 quilates e revistas de ouro 24 quilates, o que é bem diferente das que são olímpicas. Lembrando que o ouro 24 quilates é a forma mais pura do ouro que existe.
E para finalizar a ideia do valor do ouro, saiba que todo ouro que já foi minerado no mundo inteiro, em todas as épocas, só permitiria encher 3 piscinas olímpicas.
Qual é o preço da medalha de ouro?
Nessa ocasião, 2018, conforme anúncios da época, a medalha de ouro era formada em 99,99% de prata. Logo, teve um custo de 577 dólares pelo metal usado. Além disso, a de prata, que tem 92,5% de prata valia 320 dólares. Essas medalhas variam conforme o preço da prata.
E a de bronze tem 90% de cobre e 10% de zinco. Ela vale 3,5 dólares, o que quer dizer que é bem mais barata. Agora, esses valores conferem apenas com base nas cotações dos metais. Mas, como sabemos, uma medalha olímpica vale muito mais do que isso. Falaremos abaixo.
Uma curiosidade é que o preço para fazer as medalhas em 2018 foi um pouco acima do que custou para a fabricação de antes anteriores, como em 2014 em Sochi e 2016 no Rio. A medalha mais cara da história foi produzida para os jogos de Londres, em 2012: 708 dólares.
Quanto vale uma medalha olímpica?
Como falamos acima, o valor das medalhas está além do preço da prata ou do bronze. Tanto é que a gente pode avaliar isso em leilões que acontecem ao redor do planeta. Para se ter uma ideia, uma medalha de ouro chega a valer 50 mil dólares.
Ou seja, esse é um valor bem acima dos 577 dólares que ela custou, certo? Isso porque ela também carrega em si o esforço da vitória do atleta. Já a medalha de prata já foi leiloada por 30 mil dólares e a de bronze por até 10 mil dólares.
Agora, o detalhe é que o valor dela muda conforme o vencedor da competição até mesmo mais do que a posição dele no pódio. Curiosamente, as medalhas dos jogos olímpicos de verão valem mais do que as dos jogos de inverno.
A medalha olímpica mais cara de todos os tempos
Até alguns anos atrás, o que se tinha registrado é sobre uma medalha olímpica que foi vendida por 310 mil dólares. Ela era do jogador de hóquei americano Mark Wells. Ele era um dos atletas que formou a seleção campeão dos Jogos de Lake Placi, em 1980.
Inclusive, foram citados no filme Milagre no Gelo e venceram a incrível seleção da União Soviética. Aliás, para sermos mais exatos, o valor leiloado foi de 310.700 dólares.
Só que recentemente, a medalha de ouro de Jesse Owens, dos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, teve um preço recorde, sendo leiloada por US$ 1,47 milhão. O valor foi pago em 2013 e é o maior de toda a história.
O atleta que ganha medalhas, também ganha dinheiro
Aqui entra mais uma curiosidade, considere que além da medalha de ouro, alguns campeões olímpicos também levam dinheiro. Por exemplo, o Comitê Olímpico Americano paga a seus atletas um valor de 25 mil dólares para quem ganha medalha de ouro.
Já para quem ganha a de prata, o valor é de 15 mil dólares e 10 mil dólares para medalhistas de bronze. Ao menos, esse foi o valor pago nas duas últimas edições das Olimpíadas.
Outros países que bonificam os atletas
Outros países também fazem esse tipo de pagamento. Por exemplo, o lutador de taekwondo Radik Isayev, que é do Azerbaijão, ganhou 510 mil dólares ao vencer a categoria de até 80 quilos no Rio de Janeiro, em 2016. Ele foi o medalhista olímpico mais bem pago da edição.
Inclusive, o país continua oferecendo o mesmo prêmio para os novos medalhistas olímpicos. Inclusive, nos Jogos de PyeongChang, o valor seguiu o mesmo. No Brasil, o Comitê Olímpico do Brasil dá um bônus em dinheiro também.
Os valores não são divulgados, mas tudo fica por conta da empresa patrocinadora contratada pelo país. Lembrando que o Brasil nunca subiu em pódios em Jogos de Inverno desde a primeira participação.
As medalhas olímpicas ecológicas
Durante os Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, a Casa da Moeda do Brasil produziu as medalhas com 85 mm de diâmetro, 500 gramas e uma novidade: elas tinham um viés mais ecológico. E a gente explica isso. Elas eram entregues em caixas de madeira em formato de pedra.
Essas caixas foram provenientes de florestas plantadas, com base no Conselho para a Proteção das Florestas. Assim, o que quer dizer que elas eram procedentes de florestas sustentáveis. Para que isso desse certo foi autorizado uma série de normativos.
Por exemplo, ela seguiu critérios ambientais na produção e a obtenção do ouro não poderia usar o mercúrio, que é um grande poluente. Já no caso da medalha de prata e bronze, saiba que 30% do material usado era reciclado. As fitas das medalhas vieram de garrafas recicladas.
A medalha de ouro de Esquiva Falcão
Aqui vale citar uma história interessante que saiu na mídia recentemente. Esquiva Falcão treinou desde cedo para chegar aos ringues de boxe. Assim, conseguiu disputar uma final olímpica com o japonês Ryota Murata. Ele é brasileiro e conseguiu a prata.
Assim, ele resolveu leiloar o seu bem mais valioso. Ele acredita que o valor dela seja de, pelo menos, US$ 50 mil. Uma curiosidade é que ele não está fazendo isso pelo valor financeiro e sim como forma de criticar a falta de incentivo no esporte dentro do seu país.
E ele garante: “eu só não vendi ainda porque a pandemia me impediu de viajar para o Rio de Janeiro. Quando tudo isso passar, eu vou até lá e além da medalha, eu vou entregar também um par de luvas ao comprador”.
O museu dos itens olímpicos
Também considerando os itens olímpicos e uma história esportiva no Brasil, saiba que Roberto Gesta, que já presidiu a Confederação Brasileira de Atletismo e a Confederação Sul-Americana tem no quintal de casa um museu olímpico.
É isso mesmo: ele coleciona mais de 70 mil itens, o que vai desde documentos assinados pelo Barão Pierre de Coubertin e até mesmo as tochas olímpicas, que surgiram nos Jogos Modernos. Há ainda objetivos comemorativos, como das Olimpíadas de 1940.
Alguns dos objetos mais valiosos dele é de um brasileiro que conquistou medalhas no atletismo: Adhemar Ferreira da Silva, chamado de João do Pulo. Ele tem medalhas e sapatilhas do ex-campeão. Além disso, guarda consigo as melhores recordações do atleta.
Por que os atletas mordem as medalhas?
Na verdade, cada atleta pode fazer isso como forma de comemorar o título. Mas o que se acredita é que, há algum tempo, eles mordiam a medalha para testar se eram de ouro mesmo. Assim, avaliavam a dureza da medalha.
Depois, quase ninguém fez isso. Só que atualmente essa moda tem voltado, só não se sabe, com certeza, se esse é o motivo. O fato é que, com base em opinião de especialistas e conforme tudo o que falamos até aqui, é bem difícil medir a veracidade da medalha com os dentes.