A pergunta dessa matéria é um tanto quanto retórica. Ou seja, ela já foi feita milhões de vezes. O problema é que a resposta nunca parece ser clara demais. Se você procura um texto assim, mais objetivo, encontrou. Isso porque viver com um salário mínimo é possível.
Agora, ninguém está dizendo que isso é fácil ou justo. Tanto é que os economistas e pesquisadores não cansam de dizer que o salário mínimo na maioria dos países da América do Sul, como o Brasil, está super desvalorizado. Ou seja, ele é insuficiente para os custos básicos.
Mas, dá para viver com ele mesmo assim?
A verdade é que dá. Porém, não estamos falando sobre viver dignamente. E sim sobre viver dependendo da ajuda de outras pessoas e dos benefícios sociais. Mas, se você está passando por um momento assim, saiba que há dicas que podem ajudar muito você a “sobreviver”.
O que importa nesse texto é entender um pouco de tudo. A gente vai falar sobre qual seria o salário mínimo ideal para custear os gastos da vida. Os gastos básicos, hein. E também vamos falar sobre quantas pessoas vivem com um salário mínimo.
Também vamos mencionar o valor do salário mínimo atualmente. E até mesmo trazer um histórico desses valores desde 2000, quando o valor era de R$ 136 por pessoa. Hoje, ele está um pouco acima dos R$ 1 mil. Continue lendo para entender tudo.
O último ajuste do salário mínimo
O último ajuste do valor do salário mínimo é de 2020, quando o atual presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, anunciou a subida de R$ 1.039 para R$ 1.045. A pouca diferença deixou muita gente irritada porque o valor fica bem abaixo da inflação.
Ainda assim, vale considerar que esse valor é R$ 6 a mais do que havia sido previsto anteriormente, que era de R$ 1.039. O antigo valor até essa data para o salário mínimo era de R$ 998. De todo modo, o valor hoje está pontuado em R$ 1.045.
Outra coisa é que, com base em informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Brasil tem mais de 49 milhões de pessoas que vivem a partir do salário mínimo – ou com base nesse valor.
O salário mínimo ideal no Brasil
O Dieese também foi atrás de um estudo que apontou o valor ideal para o salário mínimo no nosso país. E isso veio logo após o presidente do país dizer que o salário mínimo é “pouco para quem recebe e muito para quem paga”.
Assim, o Dieese disse que se a lei fosse seguida à risca, considerando os reajustes com base na inflação, atualmente, o valor ideal seria de R$ 4.342,57, o que daria 4 vezes o valor que é pago atualmente. E isso prova a super desvalorização do salário mínimo.
O Dieese considerou esse valor sendo suficiente para uma família com 4 integrantes, sendo 2 adultos e 2 crianças. O cálculo ainda considera necessidades básicas da área da saúde, da alimentação, de moradia, de transporte e de lazer, o que está na Constituição Federal.
O histórico dos valores do salário mínimo no Brasil
Se a gente considerar os valores desse 2000, vamos ver que ele partiu de R$ 136. Porém, há de se considerar que sempre esteve abaixo do que seria necessário. Nesse ano, por exemplo, o ideal é que fosse de R$ 942,76.
E o valor continuou desproporcional sempre. Por fins de curiosidade, considere que temos aqui as informações sobre os valores dos salários mínimos nominais para cada ano, desse 2000 até 2020, que é o atual. Confira.
- 2000 – R$ 136
- 2001 – R$ 151
- 2002 – R$ 180
- 2003 – R$ 200
- 2004 – R$ 240
- 2005 – R$ 260
- 2006 – R$ 300
- 2007 – R$ 350
- 2008 – R$ 380
- 2009 – R$ 415
- 2010 – R$ 510
- 2011 – R$ 540
- 2012 – R$ 622
- 2013 – R$ 678
- 2014 – R$ 724
- 2015 – R$ 788
- 2016 – R$ 880
- 2017 – R$ 937
- 2018 – R$ 954
- 2019 – R$ 998
- 2020 – R$ 1.045
É a partir dessa análise que muita gente, que estuda o comportamento das pessoas e de consumo, diz que quem recebe um salário mínimo até consegue sobreviver. Só que isso depende de ajuda de terceiros ou de uma renda extra. E isso nos leva a algumas dicas.
Os benefícios do governo
A primeira alternativa que se tem é pensar sempre os benefícios do governo. E benefícios aqui é no sentido de suporte e não de valores que caem na conta, está bem? Por exemplo, com um salário mínimo tão baixo, uma ideia é depender do sistema único de saúde, o SUS.
Isso porque é um programa que oferece atendimento de saúde de graça. Outra coisa é usar as escolas e creches públicas, que também oferece educação gratuita. Há ainda programas como bolsas de estudos para esse mesmo tempo. E na saúde, há ainda os medicamentos de graça.
Esse tipo de suporte, ainda que de má qualidade, acaba sendo opção viável para quem vive com pouco dinheiro hoje em dia. E ainda podemos levar em conta alguns programas estaduais ou dos municípios, como o Bom Prato, que permite alimentações a preços acessíveis.
A renda extra
A próxima opção é que já citamos acima, da renda extra. Se você tem um trabalho fixo, mas recebe pouco, como o valor de um salário mínimo, então, uma ideia pode ser a de conseguir ou procurar um trabalho extra, como durante a noite ou nos finais de semana.
A ideia é justamente a de complementar a renda para que ela seja suficiente. No Brasil, uma boa parte das histórias contam sobre pessoas que trabalham em 3 turnos durante o dia ou que fazem os famosos bicos aos finais de semana, também.
Ainda que não seja tão aconselhável do ponto de vista clínico, da saúde, essa pode ser uma ideia boa até que você encontre um trabalho fixo que tenha mais valorização. E a lista de trabalhos extras é bastante extensa, como os serviços online, de comunicação e marketing.
A ajuda de terceiros
Aqui temos outra alternativa para quem vive com salário mínimo no Brasil. O problema é que acaba sendo sempre uma opção menos viável porque depender de outras pessoas não será agradável e pode até gerar discussões, brigas ou outros tipos de desavenças.
Por exemplo, você pode ficar esperando aquela cesta básica de um amigo ou do gerente da loja, assim como as marmitas que são distribuídas na rua da sua casa ou até mesmo que uma avó ou tia do seu filho traga alimentos ou pague a escola dele.
Porém, note que em todo caso você fica à mercê de favores, o que pode não ser tão compreensivo quando se fala em “viver dignamente”. De todo modo, saiba que também há muita gente vivendo com essa ajuda, que pode ser momentânea.
A educação financeira
Por fim, considere que independente de ganhar muito ou pouco, a educação financeira pode fazer toda a diferença. Isso porque quem ganha apenas um salário mínimo acaba se complicando ainda mais ao fazer o uso incorreto e desordenado do dinheiro.
Por exemplo, essas pessoas, em boa parte das vezes, acabam gastando muito no cartão de crédito e, no mês seguinte, não conseguem custear a fatura. O resultado é um só: uma bola de neve de contas e dívidas e juros que só serão quitadas daqui a longos anos.
Além do cartão, outro vilão é o consumo de bens através de financiamento. Sem estudar muito, a pessoa compra um carro ou uma moto financiada, mas não tem perspectiva de pagar as parcelas porque isso pode atrapalhar muito o orçamento. Logo, é outra furada.
Como viver com um salário mínimo
Se você leu o texto até aqui e ficou indignado com o valor ideal que deveria ser do salário mínimo, tudo bem. Saiba que essa é uma verdade. Porém, também não dá para ficar apenas reclamando disso, concorda? Então, se você está nessa situação, a saída é buscar soluções.
As 4 dicas acima podem ser muito valiosas para você: o trabalho extra, os benefícios do governo, a ajuda de terceiros (ainda que momentânea) e o foco na educação financeira. Dessa forma, você vai poder ter uma história surpreendente, mesmo que ganhe um salário mínimo.
Para quem duvida que isso seja possível, considere que dá para encontrar na internet várias histórias de pessoas que superaram a crise e o salário baixo, de menos de R$ 1 mil, e conseguiram enriquecer. Claro que isso levou tempo, mas aconteceu.
Compre o que é necessário
E para terminar, uma última dica é sobre comprar apenas o que é necessário para a sua sobrevivência. As outras coisas, você pode deixar para mais tarde, quando tiver uma vida financeira mais equilibrada e mais rica. Logo, pense apenas em itens básicos.
Um deles é a alimentação. E dentro desse tema há vários modos de economizar, como comprar itens da estação, optar por mercados mais econômicos, fazer compras periódicas e evitar ir no mercado todos os dias. Já outros gastos, como TV por assinatura, podem ser evitados.
