A bolsa de valores do Brasil é conhecida por B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), o Bovespa é a maior ferramenta indicadora de desempenho das cotações de ações do Brasil, isto é, se uma das grandes ações da bolsa de valores cair na B3 a Bovespa pode vir a perder pontos.
A Ibovespa foi desenvolvida tendo em vista criar uma métrica para demonstrar o comportamento que o mercado assume, sendo possível visualizar não só o comportamento dos preços mas também como estão sendo as negociações. A história da bolsa de valores do Brasil é marcada por altos e baixos, confira quais foram esses momentos nos tópicos a seguir.
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10. O setembro que abalou o mundo
No dia 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos sofreram um ataque terrorista que acabou abalando a economia mundial. O atentado ao World Trade Center levou o mercado financeiro a uma situação de instabilidade generalizada.
Uma das maiores bolsas de valores da época, de Nova York chegou a ficar fechada por quatro dias consecutivos, o cenário colapsado de incerteza acabou afetando a bolsa brasileira, fazendo com a Ibovespa caísse cerca de 9,18% em 10.827 pontos.
Desde então, analistas afirmam que as bolsas de valores de todo mundo vêm se recuperando, a Ibovespa, principal índice de métrica da B3 brasileira, chegou a marcar um avanço de 400%.
9. Circuit breaker usado pela primeira vez na bolsa brasileira
Em 1997 a economia asiática passou por uma grave crise econômica. O problema começou atingindo países emergentes do continente, os tigres asiáticos passaram a sofrer com ataques especulativos, na época o grupo destacava-se por conseguir alcançar um bom desenvolvimento e crescimento econômico.
A crise econômica teve início na Tailândia que havia adotado o câmbio flutuante, muitos países passaram por reformas econômicas que acabaram desencadeando na queda de suas moedas. Naquele ano a bolsa de valores de Hong Kong teve queda de 10,4% carregando consigo outras bolsas mundiais;
Sentindo os efeitos da queda asiática, a bolsa de valores brasileira teve de adotar o sistema de circuit breakers para tentar interromper a queda. Ele chegou a ser acionado em 28 de outubro, nos dias 7 e 12 de novembro, após uma hora de pausa a Bovespa conseguiu fechar com alta de 6,42%.
Antes da adoção do sistema, o índice brasileiro havia fechado com com queda de 14,98%, durante o dia 7 de novembro a queda foi de 6,38% e em 12 de novembro caiu cerca de 10,20%.
8. Emergentes sofrem após crise econômica asiática
Foi ainda em 1998 que o Brasil ainda sofria os efeitos causados pela grave crise do ano anterior. Dessa vez a Rússia se via atolada em dívidas e vivendo empenhada com o FMI (Fundo Monetário Internacional). A desorganização econômica da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviética desencadeou uma série de transtornos ao país.
Mais da metade da população russa não realizava o pagamento de impostos. Somente na primeira semana do mês de agosto, a bolsa de valores de Moscou despencou em 24%, a moeda russa (rublo) foi desvalorizada em 33%, o Brasil enfrentava um desequilíbrio fiscal muito similar ao vivido na Rússia.
O cenário de incerteza afetou as bolsas de valores pelo mundo, em 1998 o Bovespa chegou a acumular uma queda de 33,5%, neste ano o sistema de circuit breaker, paralisação automática, foi acionado por pelo menos cinco vezes de agosto a setembro.
7. Crise de 2008
No ano de 2008 a economia mundial viveu uma crise econômica que fez com que o Ibovespa caísse cerca de 5,12%, chegando a 52.811 pontos. Considerada uma das maiores crises enfrentadas no século XXI, analistas indicam que foi a maior crise financeira desde o crash da bolsa em 1929.
A crise se deu graças a uma “bolha imobiliária”, que consistiu basicamente no aumento dos imóveis sem que a renda da população estadunidense tivesse sua renda aumentada. Os bancos norte-americanos passaram a disponibilizar mais crédito, fazendo com que imóveis valorizassem, os juros foram tão altos que a população não conseguiu arcar com os empréstimos de alto risco, fazendo com que os bancos ficassem descapitalizados.
O governo dos Estados Unidos negou ajuda a bancos privados, fazendo com que muitos investidores passassem a resgatar suas aplicações, o que fez diminuir a liquidez no mercado, os bancos não tinham nem condições de cobrir os saques solicitados. As bolsas de valores mundiais chegaram a se desvalorizar em 30% devido a esse colapso econômico.
6. O ano em que a bolsa parou por duas vezes.
Foi em 2008 que as bolsas de valores viveram o terror de ver seus índices despencarem, o Bovespa chegou a cair em 15% e por duas vezes teve que ser interrompida. Os investidores corriam para resgatar ou dispensar suas ações, com o medo da desvalorização.
A corrida dos investidores foi tão absurda que após 20 minutos após a abertura da bolsa, tiveram que acionar o “circuit breaker”, o sistema é acionado quando a bolsa chega a cair em 10%, quando ocorre o fluxo é interrompido em pelo menos 30 minutos.
Contudo, em 2008, após o primeiro circuit breaker, a bolsa continuou a cair e às 11:44 da manhã o sistema foi mais uma vez interrompido, dessa vez por cerca de 1 hora. Apenas na última hora do pregão o ritmo de queda passou a diminuir um pouco, ainda assim o Ibovespa fechou em 42.100 pontos, durante o dia chegou a marcar 37.616 pontos, uma queda de 15,5%.
5. O ano da mudança cambial
No ano de 1999, após o enfrentamento de duas crises econômicas mundiais, o governo brasileiro cedeu à pressão e passou por políticas cambiais, essas medidas são adotadas pelos governos que tem como objetivo regular o valor de suas moedas frente às estrangeiras. Normalmente a moeda parâmetro utilizada é o dólar.
Durante a aplicação dessas políticas o Banco Central se torna o responsável por estipular o valor da moeda nacional frente ao dólar, caso seja essa a moeda de comparação. Em 1999 o Governo Federal teve de adotar o sistema de câmbio flutuante. O governo passou então a adquirir grandes quantias de dólares, enchendo os cofres nacionais, o que contribuiu para a queda da bolsa de valores.
O abandono da âncora cambial responsável pela fixação do valor do real causou a desvalorização da moeda em cerca de 91,6%. Analistas apontam a causa da desvalorização da moeda graças a problemas estruturais do plano real. Durante esse ano a bolsa de valores teve quedas, no dia 13 de janeiro caiu 5,04% e no 14 a queda foi de 9,97%.
4. O preço do “milagre econômico”
Na década de 70, uma grande parcela dos países latino-americanos passaram a usufruir de crédito barato que era oferecido em abundância. O crédito era muito utilizado na infraestrutura dos países emergentes. Essa política econômica ajudou muitos países a alcançarem outros patamares de crescimento.
Contudo, ainda na década de 70, o mundo enfrentou o que ficou conhecido como “choques do petróleo”, os preços do petróleo foram elevados desencadeando o aumento da inflação norte-americana. Na busca de controlar a situação, os Estados Unidos passaram a elevar o valor das taxas de juros, a maior parte dos acordos eram de taxas pós-fixadas.
Essa medida pesou no bolso dos países latinos que deveriam lidar com base nos juros definidos na hora do pagamento. A década de 80 ficou então conhecida por muitos países latinos como “Década Perdida”, onde o crescimento foi limitado e a inflação severa. No Brasil, houve a hiperinflação que elevou a taxa de inflação média para 233,5% ao ano.
3. Ibovespa e pandemia
Durante o ano de 2020 o mundo se viu assolado por uma nova realidade, dessa vez o risco era o de uma pandemia. O cenário pandêmico gerou as temíveis incertezas no mercado econômico. Afetando economias de todo o mundo, além de elevar o número de desempregados que acabaram perdendo seus empregos graças ao fechamento de negócios.
O índice de desempenho das cotações nacionais caiu em três pregões no primeiro mês do ano de 2021. Ações de bancos e de grandes indústrias como a Eletrobrás sofreram quedas, as únicas ações que se mantiveram estáveis são a de varejistas como a Magazine Luiza.
O cenário é ainda confuso, mas a realidade do brasileiro é encoberta pela nuvem do temor e da incerteza. Com o governo assumindo medidas de austeridade fiscal e o plano incerto de imunização, o futuro do país e da população torna-se cada vez mais obtuso sem a perspectiva de incentivos fiscais.
2. Naji Nahas o criminoso de colarinho branco
Naji Nahas é um conhecido empresário libânes que foi erradicado do Brasil, ficou famoso por ser um dos responsáveis pela quebra e fechamento da bolsa de valores do Rio de Janeiro no ano de 1989.
O especulador financeiro pegava emprestado com bancos e revertia em aplicações na bolsa de valores, fazia negócios com ele mesmo, inflando as cotações por meio de laranjas e corretores. O empresário foi acusado de estourar cheques sem fundo. A bolsa de São Paulo caiu cerca de 5,6% e a falecida bolsa de valores do Rio de Janeiro (BVRJ) caiu 4,5%.
Um relatório emitido pela Comissão de Valores Imobiliários estimou que Nahas arrecadou cerca de 28 milhões de cruzados. O golpe foi tão pesado que fechou as portas da bolsa de valores do Rio de Janeiro.
1. Confisco de poupanças durante o governo Collor
Foi no dia 21 de março do ano de 1990, que o principal índice da bolsa de valores do Brasil teve sua maior queda. O tombo foi de 22,2%, a queda brusca foi ocasionada pelo plano Collor que assombrou a população. A medida do então presidente Fernando Collor, foi a de bloquear cadernetas de poupança.
O Brasil enfrentava um dos piores pesadelos das economias, a inflação que vinha crescendo desde os anos 80, com base no IPC (Índice de Preços ao Consumidor) divulgado pelo IBGE de janeiro a fevereiro de 1990, um aumento dos preços de 167,7%, em um período de 12 meses essa porcentagem saltou para 2.751,3%.
O Plano Collor foi estabelecido por meio de 10 medidas provisórias que tinham em vista restaurar a economia, teve início com a troca da moeda, cruzados por cruzeiros. Foi em uma dessas medidas que as poupanças foram confiscadas, restando apenas 50 mil cruzados para serem convertidos em cruzeiros, o restante do montante estaria retido por 18 meses.
Novamente o cenário de incerteza voltou a assombrar a bolsa de valores, naquele mesmo período apesar das medidas a queda foi de 12,1%, no dia seguinte o Bovespa registrou sua queda, 20,9%. Na semana seguinte registou a maior queda da história da bolsa brasileira, cerca de 22,2%.