Se a gente considerar desde a época da Independência, que foi em 1822, o Brasil já teve 9 moedas. Porém, antes disso, no nosso país várias delas circularam. A ideia é saber quais foram elas, quem as fabricavam, quais eram os tipos e muito mais.
E lá no fim do texto, no último tópico, a gente vai comentar um pouco mais sobre o Plano Real, que teve várias ações de ajuste fiscal, criando a Unidade Real de Valor, uma moeda virtual atrelada a cotação do dólar. O Real, na época, era o mesmo que 2.750 CR (Cruzado Novo).
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O histórico de todas as moedas que já circularam no Brasil
A gente trouxe aqui um verdadeiro histórico das moedas que circularam no país. Você vai ver que as primeiras delas não eram brasileiras genuinamente. Depois, considere que as primeiras cunhagens eram holandesas. E entre as moedas ainda tivemos o escambo.
E tem mais: você sabia que em um período breve, entre 1942 e 1994, o Brasil teve o lançamento de 7 novas moedas para tentar controlar a economia do país? É sobre tudo isso que vamos falar abaixo. Veja os principais tópicos:
- A primeira moeda do Brasil não era brasileira;
- As moedas que não eram metálicas;
- As moedas do Brasil que eram espanholas;
- As primeiras moedas feitas no Brasil eram holandesas;
- As primeiras moedas do Brasil que eram brasileiras;
- A moeda mais poderosa do mundo é brasileira;
- A representação nas moedas brasileiras;
- As moedas brasileiras com o brasão imperial;
- As múltiplas moedas a partir do cruzeiro.
Sendo assim, do “O Português”, “Índio” e “São Vicente” até mesmo o atual “Real” vamos ao que importar. Confira cada um dos tópicos abaixo e saiba mais da história financeira do nosso país - que é bastante curiosa.
A primeira moeda do Brasil não era brasileira
Calma que a gente explica. Mas, é exatamente isso que você entendeu. Vamos começar aos poucos. Em 1522, as esquadras de Cabral trouxeram “O Português”, que era a principal moeda da época. Ela era cunhada em 35,5 gramas de ouro.
Nessas mesmas viagens, eles trouxeram os réis, que é o plural de real. A moeda foi usada no nosso país até 1942. O que muda é que nesse meio tempo, ainda que continuasse sendo réis, as moedas começaram a ser fabricadas/cunhadas aqui – veja mais disso abaixo.
O importante é saber que durante a fase colonial, que o Brasil era uma colônia portuguesa, a circulação de moedas no Brasil era idêntica as de Portugal e tinha nomes como “Índio” e “São Vicente”.
As moedas que não eram metálicas
Ainda durante o período colonial, o que aconteceu? Com a falta de moedas metálicas, muitas alternativas foram sendo criadas, como as trocas feitas com panos de algodão, fumo, cacau e cravo. Sendo que tudo isso era instrumento de troca, no chamado escambo.
Um dos instrumentos mais bacanas era o zimbo, que era uma pequena concha usada como moeda na costa da África, em Angola. Já no Brasil, onde haviam várias dessas conchas, os portugueses abusaram do “produto” e começaram a trocar com os negros.
Assim sendo, o zimbo foi levado para lá e a moeda de metal desvalorizou bastante. Também é legal saber que em 1568 a Provisão de 3 de março de 1568 foi autorizada por D. Sebastião I, sendo considerado o primeiro documento a oficializar a circulação de moedas no país.
As moedas do Brasil que eram espanholas
Bom, se a gente tem o uso das moedas portuguesas e depois o escambo como forma de comércio e finanças, saiba que por volta de 1580, já na época da União Ibérica, uma nova moeda passou a circular por aqui, a espanhola.
Alguns estudiosos falam em moedas “reales hispano-americanos”. E aqui entra uma nova curiosidade. Em 1642, Portugal restaurou a sua própria independência, porém, ficou quebrado financeiramente.
Aí, o que aconteceu? Ao invés de produzir novas moedas, o país passou a carimbar as moedas espanholas com o símbolo da coroa portuguesa.
As primeiras moedas feitas no Brasil eram holandesas
Aí, em 1945 a gente começa a produção de moedas aqui no Brasil. Porém, mais uma curiosidade que quase ninguém sabe: elas não eram brasileiras. Ué, como uma moeda feita aqui não é brasileira? A gente explica.
Isso porque os holandeses ocupavam o nosso Nordeste e eles começaram a cunhar as versões, bem rústicas, dos florins, que era o nome da moeda holandesa da época. A ideia era simples: pagar os solados pelos serviços prestados.
As primeiras moedas do Brasil que eram brasileiras
Conforme informações da Casa da Moeda do Brasil (CMB), que é uma empresa pública do Ministério da Fazenda e que existe desde 1694, as primeiras moedas brasileiras foram usadas em Salvador, que é onde esteve a primeira sede da CMB.
Essas moedas são de 1695 e eram de 1.000, 2.000 e 4.000 réis em ouro. Depois, vinham as de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis, só que em prata. Essa primeira cunhagem ficou chamada de “série das patacas”.
A moeda mais poderosa do mundo é brasileira
Talvez você nunca tenha ouvido falar dela. E tudo bem porque essa é uma parte da história que nem sempre entra no assunto dos “temas mais importantes”. O dobrão é considerado a moeda mais poderosa do mundo e vamos explicar dela.
O dobrão foi valorizado pelo auge da mineração que aconteceu em Minas Gerais. Assim, um único exemplar da moeda podia comprar 190 litros de azeite, 9.600 ovos ou 12 bois. Ela era feita com 55 gramas de ouro e valia uma fortuna. Ela circulou por apenas 3 anos.
A representação nas moedas brasileiras
Aqui valem alguns pontos curiosos. Por exemplo, em 1727, a gente teve o “escudo”, que é a primeira moeda de Portugal que estampada um governante e as armas do reino. Havia versões com as fases da vida da rainha Maria I, do dom Pedro III, com joias do casal, etc.
Já em 1808, com o declínio da mineração, Portugal passou a reter 20% do ouro extraído no país, sendo com a imposição do “quinto”. Então, essa “moeda” foi transformada em barra e marcada com o selo real, sendo que circulava como dinheiro.
Outro ponto curioso é que em 1822, o Dom Pedro I rejeitou o seu retrato na moeda de 6.400 réis, que foi cunhado para celebrar a coração. Assim, apenas 64 exemplares existiram e se tornaram peças raras de colecionadores.
As moedas brasileiras com o brasão imperial
Em 1889, com a Proclamação da República, a moeda também acompanhou o movimento. Assim, o escudo das armas passou a ser trocados pelo brasão imperial. Nessa época, os réis tinham valores menores, já que eram em cobre e níquel.
E tem mais uma coisa: a moeda de 100 réis ficou conhecida como tostão, o termo que até hoje é associado a “pouco dinheiro”.
As múltiplas moedas a partir do cruzeiro
A partir de 1942, o que já é um tempo bem mais recente, a gente tem uma verdadeira bagunça na economia do país e, consequentemente, na fabricação das moedas. Vamos começar com o cruzeiro, passando pelo cruzeiro novo, cruzado, cruzado novo até o real.
Sendo assim, entre 1942 até 1994 nós tivemos praticamente 7 modelos de moedas brasileiras. O Plano Real aconteceu para tentar sanar a crise econômica no país e foi a primeira vez que uma moeda nacional trouxe a Efígie da República (o rosto feminino).
Mais tarde, em 1998, as fabricações usaram novos moldes, sendo que a atualização visava cores, tamanhos e até mesmo metais diferentes para que manuseio fosse mais acessível. E 20 anos depois, em 2014, a Casa da Moeda, lança itens comemorativos para Copa do Mundo.
O Plano Real
Em resumo, o Plano real foi um conjunto de ações focadas na reforma econômica do Brasil. Isso partiu do governo de Itamar Franco, no começo dos anos de 1990 e o objetivo central sempre foi o de combater a hiperinflação no país.
É considerado 13º plano econômico que existiu desde 1979, que foi quando se iniciou a crise chamada de hiperinflação. Atualmente, o Plano Real é assinado por Fernando Henrique Cardoso, que já foi presidente do país, mas na época era Ministro da Fazenda.
O Plano deu certo e combateu a inflação. No entanto, as medidas de correção tiveram impactos adjacentes também, com medidas recessivas, apertos monetários o desestímulo do consumo brasileiro. Em 1993, a inflação no país era de 2700% e após a moeda ficou em 12%.
Mais sobre a Casa da Moeda do Brasil
Para terminar o texto, considere que a CMB foi quem cunhou as primeiras moedas genuinamente brasileiras em Salvador, na Bahia. Depois, começou a produzir as cédulas e outros produtos de segurança. Um exemplo é o “Olho de Boi”, um selo feito com intaglio.
Mais tarde, a CMB foi transferida para o Rio de Janeiro. Atualmente, há um complexo com várias fábricas de cédulas e moedas, além de medalhas, impressos e até mesmo os passaportes. Na fábrica de moedas, o processo passa pela cunhagem, contagem e embalagem.