Nesta quarta-feira, às 14h do horário de Brasília, os Estados Unidos, maior economia mundial, realiza a transição do cargo presidencial após as divergências e acusações de fraude eleitoral. Com olhos voltados para a posse de Joe Biden, o mercado financeiro poderá começar a traçar os rumos do setor.
Após o juramento de Biden, e sua vice-presidente Kamala Harris, o presidente deve discursar no Capitólio, onde o mesmo irá expor detalhes acerca do plano econômico. Podendo, inclusive, assinar no evento os primeiros acordos.
Especialistas aguardam com expectativa, ainda que não com esperanças de grandes mudanças nas bolsas internacionais, que o pacote fiscal de 1,9 trilhão de antemão anunciado por Biden seja capaz de impactar positivamente em alguma porcentagem os investimentos globais.
Investidores acompanham com atenção discurso oficial de posse
Ainda que o mercado seja incerto, os investidores em grande representação concordam que Biden assume um país com uma política desafiadora. Sobretudo pela apontada má gestão política e econômica de seu antecessor Donald Trump.
Com uma economia fragilizada, consequente da pandemia do novo coronavírus, o que se espera do democrata é que haja um incentivo trilionário no setor.
O discurso oficial de Biden durante a cerimônia de posse desta quarta-feira deve oferecer as primeiras respostas sobre como a sua gestão poderá influenciar a economia, investimentos e dólar.
Pacote fiscal de 1,9 trilhão gera ânimo entre investidores
O democrata já anunciou pacote fiscal de estímulo de 1.9 trilhão em razão dos benefícios emergenciais promovidos em meio a pandemia, em favor da população. O pacote entrará valorizado em um mercado significativamente alargado de liquidez, o que pode animar as bolsas mundiais.
Entretanto, a professora de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carolina Moehlecke, analisa a questão com cautela. Uma vez que, ainda que mencionado por Biden, o mesmo pode não ser de fato aprovado, não exatamente nos termos em que foi proposto pelo democrata.
Caso se efetive a aprovação no Congresso, como o esperado, Carolina não se opõe a enfatizar que será um estímulo de suma importância no prenúncio de uma recuperação global econômica.
E o Brasil, pode se fortalecer economicamente com a nova gestão?
Na perspectiva de Jason Vieira, especialista e economista-chefe da companhia de investimentos Infinity Asset, a ausência de julgamento e objetivismo do Brasil pode pesar negativamente no plano econômico do país.
A nação foi uma das últimas a parabenizar o novo líder norte-americano por sua vitória nas eleições, o que o afasta pelo menos momentaneamente dos benefícios da extrema liquidez do mercado e do pacote fiscal trilionário esperado.
Comprovando a ‘exclusão’ do Brasil, a Ibovespa fechou com baixos índices e queda no mercado nesta tarde de terça-feira (19), isto é, 0,5%, que se reflete sobretudo nas incertezas políticas do governo Bolsonaro.
Restam esperanças para investimentos no Brasil
Não obstante as divergências entre os líderes presidenciais Jair Bolsonaro e Joe Biden, especialistas esperam com previsibilidade uma aproximação das nações, posto que o Brasil é visto tanto como grande potencial de consumo quanto de mercado.
O que se espera com o pacote de estímulo e com a injeção do dólar é que as já bem sucedidas commodities permaneçam se beneficiando na bolsa. Outras especulações de crescimento para os investidores brasileiros é no que tange a indústria de minério e as ações de empresas de energia limpa, esta última pauta apoiada por Biden.
References
pacote de estímulo - Yellen defende pacote fiscal de Biden e fala em "agir com grandeza" contra crise
