Segundo o monitor do Produto Interno Bruto (PIB) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a economia brasileira apresentou um aumento de 1,1%, em relação ao mês de outubro de 2020, que havia registrado aumento de 0,6%. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (21).
O resultado também mostrou que foi a queda menos intensa, desde o início da pandemia, em comparação ao mês de novembro de 2019, sendo apenas de -0,6% de acordo com a FGV. Segundo Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV, essa alta se deve ao crescimento registrado na agropecuária, indústria e serviços.

Consumo apresentou queda de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior
Segundo o monitor da FGV, em comparação com o trimestre de 2019, o consumo das famílias apresentou queda de 3% no mesmo trimestre móvel finalizado em novembro. Apesar disso, a Fundação ainda destacou que o consumo segue com tendência crescente, mesmo que ainda com variações menos negativas, desde a queda de 12,2% registrada no segundo trimestre.
Já na análise mensal interanual, o consumo de serviços apareceu com a maior queda dentre os bens de consumo. Isso ocorreu devido às retrações do consumo de habitação, alimentação e demais serviços prestados às famílias, que dependem das relações sociais, impossibilitadas devido à pandemia, afirma a FGV.
A Fundação concluiu que a categoria que apresentou maior desempenho positivo foi o de produtos duráveis, que cresceram 8,9% em novembro, já que não são dificultados pela pandemia e podem ser comprados de forma digital.
Investimentos das empresas cresceram 1%
Após sete quedas seguidas, os investimentos voltam a crescer segundo a Formação bruta de capital fixo (FBCF), indicador da capacidade de investimento das empresas. O crescimento foi de 1% no trimestre móvel, finalizado em novembro, em comparação ao mesmo período do ano de 2019.
O crescimento se deve ao aumento do desempenho de máquinas e equipamentos e da construção, de 3,4% e 0,6% respectivamente. Ainda em relação a comparação, o fator "outros da FBCF" foi o único a retrair no indicador (-4,1%), devido a queda no segmento de serviços prestados às empresas.
Números de exportações continuam em queda
De acordo com a FGV, quase todas as categorias de exportações retraíram na comparação mensal interanual. A exportação de bens e serviços caiu 6,5% no trimestre móvel, finalizado em novembro.
As exceções foram a exportação de bens de consumo, crescendo 21% para bens de consumo não duráveis, e 9,4% para consumos duráveis neste trimestre. Além destes, a exportação de produtos da extrativa mineral também mostrou aumento de 3,3%.
A maior queda aconteceu no setor de exportação de produtos agropecuários, retração de -27,8%, seguida pela de bens de capital com -24,2% e de exportação de serviços com -21,5%. Segundo a FGV, o percentual total exportado de bens e serviços retraiu 2,9%.
Veja também: PIB per capita no Brasil deve encerrar em queda no ano de 2021.
Apesar da retração, Importação apresentou melhora em comparação ao desempenho anterior
A FGV registrou uma queda de 14,4% na importação em relação ao trimestre móvel de novembro. Apesar do registro negativo, houve uma melhora na taxa, se comparada ao desempenho anterior.
A única categoria que apresentou crescimento na importação foi o de produtos agropecuários com 6,7%. As quedas nos bens intermediários (-6,2%), bens de capital (-26,4%), e dos serviços (-30,2%) explicam a maior parte da queda.
"O segmento de serviços, em particular, segue com quedas expressivas desde abril, com taxa de -20,0% em novembro", declarou a FGV.
A maioria dos setores apresentaram aumento em novembro na comparação mensal, apenas os segmentos de extrativa mineral e de serviços mostraram queda, segundo a FGV.
References
FGV. - Portal FGV - Fundação Getulio Vargas