Desde o anúncio realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em meados de março do ano passado, sobre a pandemia, que os impactos decorrentes das medidas de isolamento são observados de perto pelos economistas, gerando previsões um tanto preocupantes.
No Brasil, certas projeções já se confirmaram, como a taxa de desemprego que fechou o último semestre do ano em torno de 14,6%. Um recorde em comparação aos meses anteriores e também com o encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB), em torno de 3,4% no acumulado trimestral de 2020.
Recentemente, um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicou dados da queda do PIB per capita no país, que deve ficar em torno de 2,3% inferior ao ano de 2019.
Ano de 2020, pior PIB desde 2016
Essa foi uma das previsões de maior impacto negativo para a economia brasileira se confirmou para o ano de 2020. Alguns economistas chegaram a analisar as séries históricas da divulgação do PIB e declarar que o ano passado representaria uma queda ainda pior para o país.
Analisando a fala dos especialistas no assunto e consultando a página do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde são divulgados os gráficos de edição do PIB brasileiro, é possível encontrar que o segundo trimestre de 2016 representou uma queda de 4,6% no indicador.
Após esse ano fatídico, o PIB veio em curva crescente e com a gestão Bolsonaro enfrentou uma queda de 2,1% já no segundo trimestre de 2020, fechando o balanço do ano com a maior queda desde 2016, isto é, 3,6%, sabendo que o crescimento do PIB está associado à ascensão econômica.
Sem prazos para retomada ao cenário anterior à crise
O alerta da FGV, parte da premissa de que a queda no PIB per capita em torno de 2,3% não deve ser retomada tão brevemente no país, no entanto, não é só a economia brasileira que se encontra nessa situação. Dos 200 países analisados pela pesquisa, apenas 30 têm alguma chance de recuperação ainda este ano.
Para gerar projeções no que concerne ao mercado, os especialistas tomam como base boletins do Fundo Monetário Internacional (FMI), que tem como instrumento o Focus, que já notificou queda de 5,1% para o indicador em consequência do cenário de pandemia, conforme tabela abaixo.
O que o boletim também publicou enseja uma esperada recuperação de aproximadamente 3% do PIB per capita em 2021 nos terceiro e quarto trimestre, mas que esse número não será suficiente para superar os danos da crise do ano passado em terras brasileiras.
Destrinchando o PIB per capita
O PIB per capita (per capita ‘por cabeça’) simboliza um índice que mede em nível pessoal e leva para o macroeconômico uma projeção do que cada um tem de riqueza, de tudo o que está sendo produzido no país. Assim, a riqueza de uma nação é relacionada com a riqueza de sua população.
Para alcançar esse número é necessário realizar cálculos do número de habitantes de uma região, o somatório do que cada um foi responsável pela produção mais o próprio PIB. Dessa forma, esse índice pode demonstrar como está o padrão de vida nacional e de áreas do mesmo.
| PIB per capita = PIB / número de habitantes |
A renda média de uma comunidade também revela quais países estão na faixa dos desenvolvidos e dos subdesenvolvidos. Aqueles com renda maior são os de maiores riquezas, portanto nações desenvolvidas, enquanto o inverso vale para os países subdesenvolvidos.
References
PIB per capita - Posição relativa do PIB per capita do Brasil entre as maiores economias do mundo | Blog do IBRE
