Avianca de saída gera desequilíbrio no mercado aéreo

A Avianca Brasil está de saída do mercado de viagens aéreas. Em dezembro de 2018, a companhia entrou em processo de recuperação judicial. Entretanto, as atividades da, originalmente Oceanair Linhas Aéreas, teve suas operações suspensas em maio deste ano.

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Inicialmente, o documento apresentado à justiça indicava que a dívida da Avianca somava um total de R$ 495 milhões. Porém, na última modificação, os credores conseguiram protocolar a alteração do valor para R$ 2,7 bilhões.

Em determinação da Agência Nacional de Aviação Civil do Brasil (ANAC), a Avianca só poderia retornar com as atividades caso conseguisse provar que manteria os voos em segurança.

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Foto: (reprodução/internet)

Além de dívidas, companhia sofreu com devolução de aviões

Em determinação da Agência Nacional de Aviação Civil do Brasil (ANAC), a Avianca só poderia retornar com as atividades caso conseguisse provar que manteria os voos em segurança.

Em abril, a companhia precisou fazer o cancelamento de milhares de voos. Por conta da falta de pagamento, a empresa fez a devolução das aeronaves aos donos, os “lessores”. Desde então, o preço médio das passagens teve um aumento de 14%.

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Com um valor total de dívidas muito alto, a empresa ficou impossibilitada de realizar muitas operações. Agora, com a saída definitiva da Avianca Brasil, os voos domésticos serão quase totalmente divididos entre as gigantes que continuam em atividade.

O novo cenário sem a Avianca

Conforme a ANAC, o mercado as demais empresas já estava despontando antes mesmo da saída da Avianca. No início deste ano, LATAM, Gol e Azul já passaram a suprir 90% das demandas dos aeroportos.

De acordo com Ulysses dos Reis, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), quem dita a regra a partir de agora serão as empresas restantes. Ele considera que a saída da concorrente resultará no aumento das passagens e liderança das principais concorrentes.

Desequilíbrio no mercado gera alta nos preços

Porém, a alta no preço dos tíquetes aéreos representa apenas parte do problema. A saída de uma grande empresa do cenário de concorrência afeta a estrutura de mercado em um panorama geral.

Para Ulysses dos Reis, a economia de todo o país fica sujeita a demais complicações. Os riscos ficam atenuados pelo momento que a ponte aérea Rio-São Paulo vive atualmente. Desde que foi inaugurada, há 60 anos, o trecho nunca foi tanto requisitado como é hoje.

Além disso, a demanda está dividida apenas entre Gol e LATAM, as únicas empresas que têm condições de operar no trecho.

Brasileiros buscas outras alternativas de viagem

Mesmo que a preferência ainda seja pelos aviões, a alta no preço das passagens motivou o brasileiro a buscar outras alternativas para viajar. As empresas de ônibus são as mais beneficiadas com as circunstâncias atuais do mercado aéreo.

Em junho, as vendas de bilhetes nas rodoviárias teve um aumento de 154% em comparação ao mesmo mês no ano passado. A alta procura pelas viagens de ônibus tem provocado um aumento na quantidade de viagens realizadas pelas empresas. 

“Quando nós fizemos o planejamento do ano, principalmente nessas linhas longas, eram poucas viagens. O normal era que as rotas operassem dia sim e dia não. No entanto, estamos fazendo 20, 25 viagens por mês, quase um horário por dia” comenta Marcos Almeida, diretor de marketing e comercial da Itapemirim.

Para equilibrar a demanda de viagens, o Brasil ainda deve contar com novas empresas entrando no mercado. A AirEuropa foi a primeira que manifestou interesse realizar suas operações no país.