Crise econômica na América Latina pode levar mais tempo para recuperação

Em outubro do ano passado, órgãos internacionais já estavam voltados para os agravantes da pandemia na região latino-americana, onde o Banco Mundial (BM) prenunciava a queda do produto interno bruto (PIB) das nações em aproximadamente 7,9%.

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A crise econômica em porção da América se apontava carregada das problemáticas inevitáveis de contenção, da propagação do Covid-19. Ainda em 2020 a Comissão Econômica da América Latina e do Caribe (Cepal) chegou a afirmar que essa seria a maior crise em um século nessas regiões.

Fonte: reprodução/internet

No primeiro trimestre de 2021 se delineia novas sobrecargas negativas que podem impactar na recuperação econômica dos países latino-americanos, entre elas o atraso da aprovação de vacinas e novas ondas de infecção desenfreadas.

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Relatórios apontam atraso na recuperação econômica

O princípio de alerta de maior reverberação negativa na América Latina, no que tange a crise do novo coronavírus, já estava sendo apontada por relatórios de organismos internacionais em outubro de 2020.

No detalhamento das atas, o BC chegou a enfatizar a gravidade do problema em termos econômicos, a exemplo da queda do PIB dos países latinos em cerca de 7,9%, um valor sem precedentes na história.

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Igualmente, a Cepal aludia ao colapso econômico latino-americano, referido como a maior crise em um século. Apesar da previsão, especialistas explicam que diferentes indicadores podem favorecer alguns países em detrimento de outros na retomada econômica.

De acordo com Eric Parrado, economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), alguns países podem angariar a recuperação apenas em quatro ou cinco anos, enquanto outros como Chile e Uruguai em menos tempo.

Esperança de elevação do PIB em 2021 é frustrada

Os desdobramentos atuais da pandemia de fato não poderiam ser totalmente previsíveis em meados de 2020, por isso, esperanças de recuperação econômica ainda no início deste ano para as nações latino-americanas podem ser frustradas.

Essa imprevisibilidade, no entanto, acarreta mais especulações e estudos que aguardam recuperações milagrosas em alguns países latinos. Para 2021, a Cepal e o BC têm a expectativa de crescimento econômico em 3,7% para toda a região do Novo Mundo.

Expectativas de crescimento em alta para Peru, Panamá e Bolívia

No início de janeiro, a Cepal detalhou estudo que prevê a relação das nações latino-americanas que poderão ter maior crescimento de seu produto interno bruto, sendo Peru, Panamá e Bolívia.

A afirmação de recuperação acelerada no Peru foi reforçada por Waldo Mendoza, ministro da economia no país. Para tal fato ele citou os estímulos aos pacotes de recuperação econômica e a contenção de casos de infectados.

Crise econômica na América Latina pode levar mais tempo para recuperação
Fonte: (Reprodução/Internet)

Com crescimento previsto para 5,5%, o Panamá após enfrentar uma forte desaceleração econômica, entrou no rol da Cepal, e a grande expectativa de que a previsão se efetive está na reativação dos serviços financeiros que serão influenciados pelo comércio mundial.

Ocupando o terceiro lugar do pódio, a Bolívia conta com projeção de crescimento em 5,1%, para isso o governo local já lança mão de iniciativas que elevam o investimento público, impostos sobre grandes fortunas e juros mais baixos a pequenas e médias empresas.

Estado das finanças indica recuperação mais lenta

Ainda assim essas previsões não garantem tempos de vacas gordas na América do Sul, visto que o aumento do PIB só se dará com uma retomada parcial, que tenderá a compensar o resultado significativamente negativo do ano anterior.

"A recuperação estará sujeita a muitas incertezas, como a dinâmica da pandemia, a disponibilidade de vacinas, a capacidade dos países em manter políticas de apoio e o que acontecerá com a economia mundial", declarou o diretor da Divisão de Desenvolvimento Econômico da Cepal, Daniel Titelman.

Crise econômica na América Latina pode levar mais tempo para recuperação
Fonte: (Reprodução/Internet)

As principais questões que interferem na rápida recuperação é a gestão das finanças públicas, às segundas ondas de agravamento da pandemia que ensejam novas medidas restritivas urgentes e mesmo o atraso nas negociações da compra de vacinas.

Dentro desse espectro está o Brasil, onde a queda do PIB no ano passado, não tão significativa, deve influir em políticas fiscais menos flexíveis, que focam em reduzir juros como meio de recuperar e dar suporte ao mercado de trabalho. Não obstante, os brasileiros não sofrerão com grandes contrações de seu PIB em 2021

References

Desaceleração econômica - As 6 economias latino-americanas que mais caíram em 2020 - BBC News Brasil