O novo ano costuma apontar para dificuldades conciliatórias nas finanças dos brasileiros, mas o ano de 2020 veio com o peso da crise econômica mundial, onde a renda acompanha as instabilidades do próprio mercado financeiro.
Uma pesquisa divulgada pela fintech de gestão financeira Olivia, que contou com a participação de cerca de 10, 2 milhões de usuários sobre este mês, revelou um aumento de 188% na solicitação de empréstimos entre os brasileiros.
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Essa porcentagem representa um aumento que supera todos os acordos fechados nos últimos meses do ano passado. O dado se coaduna com a pesquisa da plataforma Acordo Certo, em dezembro de 2020, ao qual informa que 73% dos indivíduos entrevistados não haviam economizado.
1º trimestre apresenta flutuações no orçamento de brasileiros
Apontando para a influência negativa da ausência de planejamento financeiro dos brasileiros, pesquisas em diferentes momentos, realizadas pelas fintechs Olivia e Acordo Certo, mostram uma relação de flutuação no orçamento dos brasileiros.
Os endividamentos dos finais de ano em combinação com a defasagem na saúde financeira desses atores podem pesar diretamente nas finanças e de forma desproporcional.
O controle e os gastos tendem a acompanhar as irregularidades de renda dos brasileiros durante todo o ano de 2020. No primeiro trimestre do novo ano, a tendência é a mesma, ou seja, quando o faturamento cresce, crescem os gastos e o inverso acarreta em poupanças.
Ano já inicia com taxa de empréstimos superior à média
Segundo tornado conhecido pela plataforma Olivia, os primeiros meses deste ano foram marcados por um aumento superior a todo o último trimestre de 2020, no que concerne ao número de solicitações de empréstimos. O número fica em torno de 188%.
Um dos co-fundadores da fintech Olivia, Lucas Moraes, chamou a atenção para o alto número, ao notar que mesmo nos meses de maior impacto da pandemia, isto é, desde março, quando se esperava maior dependência financeira dos brasileiros, foi no início do ano atual que ela se manifestou com intensidade.
Maiores gastos no primeiro trimestre
As afirmações que explicam o orçamento apertado entre a população brasileira no primeiro trimestre de 2021 consideram que no mesmo período do ano passado os gastos com pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) representavam 9%, o que pode mais uma vez impactar.
Além do IPTU que costuma ser cobrado no início, também iniciam as cobranças de taxas do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), as faturas do cartão de crédito com os gastos das festividades de fim de ano.
Os meses de maior vulnerabilidade
Outro ponto levantado pela pesquisa se desdobra nos meses de maior gasto do ano passado, que foram abril, maio e junho, onde a renda do brasileiro foi menor em cerca de 14% e na outra via os gastos mensais chegaram a 78%.
Na época, a queda nos gastos chegou aos percentuais de 15% a 21%. Nos meses seguintes, com a renda crescente o comportamento seguiu a flutuação e os gastos médios chegaram a alcançar os 85% dos rendimentos.
Na contramão do número e das dificuldades, o relatório da fintech Acordo Cedo revela que 63% dos brasileiros se preocupa em investir na organização e controle do orçamento familiar, pois existe o receio de ficar no vermelho e mesmo não conseguir honrar com as dívidas.