Impacto da inflação em julho foi para classes mais baixas

Quando o preço de bens e serviços sobe, sempre tem uma classe da sociedade que sofre as consequências de forma mais intensa. Geralmente, o impacto maior da inflação cai sobre as pessoas que dispõem de uma renda mais limitada.

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Pelo visto, essa realidade se repetiu no fim do primeiro semestre deste ano. De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, infelizmente as famílias de classe mais baixa sentiram uma inflação de 0,19% em julho.

Isso representa uma alta de 2,42% dentro de um período de 7 meses. A torcida diante desse cenário, é para que o preço dos alimentos, produtos e serviços também não precisem sofrer uma alta, dificultando a vida de muitas pessoas.

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Fonte: reprodução/internet

Inflação devido ao aumento da energia

O que pesou com força no bolso dos brasileiros mais pobres foram os aumentos que a conta de luz teve no mês de junho. A justificativa concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (mais conhecida como ANEEL) foram as mudanças na forma que o risco de falta de água nas hidrelétricas é analisado.

Com a novidade, a bandeira amarela passou de R$ 1,00 a cada 100 KWh para R$ 1,50. O novo indica um aumento de nada mais, nada menos que 50%. O aumento também aconteceu na bandeira vermelha, a qual passou de R$ 3,00 para R$ 4,00.

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Apesar de a tarifa básica de utilização não ter sofrido nenhuma alteração, a inflação para os mais pobres foi a maior. Segundo os dados de julho disponibilizados pelo Ipea, a classe que detém uma melhor renda teve um impacto de apenas 0,17%.

Custo de vida aumentou para mais ricos

No entanto, os brasileiros mais ricos tiveram um outro aumento além da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (chamado de IPCA) ficou em 0,19% no mês passado. Esse dado indica um crescimento de 0,17% no custo de vida das famílias de renda elevada.

Maria Andréia Parente Lameiras, que é técnica do Ipea, pontua algumas coisas a respeito desses resultados obtidos. Na Carta de Conjuntura que trata do indicador, ela diz:

“No caso da energia, nota-se que, apesar de ter contribuído fortemente para a alta de preços de todas as faixas, o reajuste de 4,5% nas contas de luz impactou muito o orçamento dos mais pobres relativamente aos mais ricos. Por certo, enquanto o grupo habitação contribuiu com 0,27 ponto percentual para a inflação do segmento de renda mais baixa, na camada mais alta, o impacto foi de 0,13 pontos”

A distribuição entre classes do Ipea

O Ipea adota alguns referenciais de renda para realizar as suas pesquisas. A renda considerada muito baixa é aquela que conta com apenas R$ 1.566,24 para toda a família. Já a renda baixa pode variar entre R$ 1.566,24 e R$ 2.349,28.

No caso das outras rendas, elas são divididas em baixa, média e alta. Para a primeira categoria, a variação de toda a família fica entre R$ 2.349,28 e R$ 3.915,61. A renda média é considerada para valores entre R$ 3.915,61 e R$ 7.831,22.

A média-alta é voltada para a população que dispõe de valores que flutuam entre R$ 7.831,22 e R$ 15.662,44. As rendas consideradas altas são todas aquelas maiores que R$ 15.662,44.