Na última quarta-feira foi anunciada a realização de leilões de dólares à vista e de swaps reversos pelo Banco Central - BC. O vencimento dos swaps ficou estabelecido para o próximo dia 1º de outubro.
Desconsiderando os swaps reversos, a venda à vista do câmbio americano não acontecia há 10 anos. No entanto, parece que a demanda das empresas brasileiras pelo dólar aumentou.
Com isso, apesar de o valor ainda não ter sido anunciado, serão ofertados diariamente lotes desta moeda, entre os dias 21 e 29 de agosto. Essa intervenção, ajuda a segurar o valor da moeda, trazendo uma estabilidade para a economia do Brasil.
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As operações do BC
No período divulgado pelo Banco Central, a venda à vista de dólares acontecerá simultaneamente com o leilão dos swaps reversos. Além disso, também serão leiloados swaps cambiais, de forma que a rolagem seja complementada.
Quando o prazo para as operações terminar, no dia 29 de agosto, o estoque vencido será rolado ou precisará ser feita a troca pelos dólares à vista. Isso, de nenhuma maneira, irá interferir na posição cambial líquida do Banco Central.
Ainda haverá a troca de instrumentos de acordo com a demanda apresentada pelos agentes no leilão. O Depin e o Demab foram os encarregados de fazer a divulgação das condições para operacionalização dos leilões um dia útil antes de sua realização.
Motivações para as vendas
A venda de dólares ao mercado financeiro de forma direta já não acontecia há pouco mais de 10 anos pelo BC. No entanto, um fato despertou a interesse da instituição em retomar essa operação: a crescente busca de companhias brasileiras pela moeda americana.
Nos meses mais recentes, o Banco Central identificou que grandes empresas do Brasil têm realizado a troca de suas dívidas. Uma grande parte delas está realizando o quitamento da contratação dos créditos estrangeiros e optando por iniciar novas operações com instituições de financiamento brasileiras.
A chamada rolagem da dívida continuará. No entanto, o fornecedor do crédito deixará de ser uma instituição de outro país e passará a ser uma brasileira. Essa foi a conclusão que o BC obteve através de alguns dados.
De acordo com o levantamento da entidade, houve um aumento no saldo de títulos fornecidos pelo Brasil de 34,4%. Simultaneamente, o valor obtido com a emissão de títulos por companhias do mercado estrangeiro apresentou uma queda de 34,5%.
Porém, para que todas as dívidas acumuladas com as relações exteriores sejam quitadas é necessário realizar a compra de dólar. Por isso, foi possível verificar um aumento na procura pelo câmbio americano por essas empresas brasileiras.
Logo, o momento se apresentou como uma oportunidade perfeita para o Banco Central retomar a atividade de venda à vista dessa moeda.
Nos últimos meses, o dólar aumentou
Desde o último dia 27 de março o dólar não havia demonstrado um desempenho tão ruim como ontem. A alta percentual da moeda chegou aos 1,85%, indicando um valor de R$ 4,041 na venda. Em maio havia sido a última vez que este câmbio havia fechado acima dos R$ 4,00.
Paralelamente, o Ibovespa também apresentou o seu pior índice. O fechamento desse último diminuiu 2,94% com uma pontuação de 100.258,01. A última baixa deste porte também aconteceu no dia 27 de março, com um tombo de 3,57% da Bolsa.