Cobrança da bagagem diminui o preço da passagem em R$ 14, diz estudo

Com base em dados divulgados pela Associação Nacional da Aviação Civil, a Anac, um estudo da Fundação Getúlio Vargas chegou à conclusão de que um dos efeitos da taxa da bagagem é a redução média de R$ 14,85 no preço da passagem aérea.

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O estudo concluiu que cobrar pela franquia da bagagem diminui o preço e é um benefício para os passageiros e consumidores, assim como havia previsto outros estudos na Califórnia, Luxemburgo e Minnesota.

A explicação é o fato de que a cobrança dessa franquia é mais justa porque elimina o que é chamado de “subsídio cruzado”. O termo dá nome ao processo em que os consumidores pagam por serviços que são prestados de forma gratuita.

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Fonte: (Reprodução/Internet)

Cobrança por bagagens e a influência nos preços

Com o subsídio cruzado entende-se que as companhias aéreas incorporam esses custos no preço final das passagens aéreas, fazendo assim que elas fiquem mais caras.

Para se ter uma ideia disso, antes das mudanças na lei, 65% dos passageiros optavam por não despachar itens mas, eles acabam pagando também pelos 35% que usufruíam do serviço.

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Ao mesmo tempo que a notícia é positiva, o fato real é que ninguém sentiu essa economia no valor das passagens. E isso é explicado por alguns motivos, que vão além do transporte das bagagens.

Consumidores não sentem a diferença no preço

A manutenção das aeronaves, os custos dos funcionários e o preço do câmbio não foram favoráveis ao bolso do consumidor, por exemplo. Para exemplificar esses custos, o litro de querosene usado como combustível dos aviões, teve o maior valor histórico em 2018.

O abastecimento das aeronaves representa 1/3 de todo custo de uma passagem aérea e por isso a cobrança desta taxa por bagagem não seria sentida de forma tão perceptível graças ao aumento de mais de 80% no combustível.

O estudo é de Bruno César Mariano Resende, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e está disponível na biblioteca digital da FGV intitulado como “Estimativas do Efeito da Taxa de Despacho de Bagagem”. Para acessar integralmente, basta clicar no link.

MP aumenta peso de bagagens de mão

A aprovação da Medida Provisória 863 se deu no final de maio deste ano. Agora, existe uma liberdade para se investir em companhias aéreas do Brasil, já que a participação pode ser de 100% vinda de capital estrangeiro.

Fonte: (Reprodução/Internet)

Isso também gerou outras mudanças. Atualmente, os vôos nacionais ou domésticos, dão permissão para que o passageiro tenha direito de transportar a bagagem de mão com algumas especificações.

A regra era de que a bagagem seja de 10 quilos no máximo e com limite de 55 centímetros de altura e 40 de comprimento. Com a nova proposta, o peso é aumentado para 23 quilos para aeronaves com mais de 31 assentos.

Saída da Avianca desperta interesse de outras companhias

Para quem está desesperado com o alto valor do preço das passagens, há motivos para pensar positivo. Por um lado, a saída da Avianca bagunçou o mercado, aumentou a demanda e fez aumentar os preços.

Agora, a notícia boa é que com algumas medidas atadas em lei, algumas empresas estrangeiras mostraram interesse em investir no país. Uma delas é a Air Europa, da Espanha que já está em processo de regularização na Anac.

Com isso, o preço das passagens tendem a cair. Afinal, com novos players no setor, a demanda diminui e a concorrência aumenta, beneficiando dessa forma os consumidores.