De acordo com dados levantados pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas - CNDL, a quantidade de pessoas inadimplentes aumentou. No entanto, as contas em atraso não chegam nem a ter 4 dígitos, o que é um fator preocupante.
Avaliando uma porção de cada 10 consumidores que estavam com o CPF cadastrado na lista de inadimplentes no início de agosto, 37% possuem dívidas de até R$ 500,00. Ainda foi possível observar que a soma dos débitos de 53% dos brasileiros que estão nesta condição, não chegam a passar dos R$ 1.000.
Agora, tratando-se do volume total de inadimplentes no Brasil, a quantidade é bastante alarmante. Para se ter uma ideia, é possível considerar a quantia como uma nação, devido ao seu grande porte.
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Inadimplentes aumentaram no país
Com os últimos levantamentos realizados, o número de brasileiros endividados, com contas em atraso, já chegou aos 63,2 milhões. Isto é, poderia ser formada uma nação apenas com essa porção de brasileiros e ainda seria possível condensar quase duas vezes o Peru dentro dela.
Essa comparação foi realizada por Ricardo Rocha, que atua como professor do Insper. Rocha diz ainda que a nação de inadimplentes apenas não será maior que o México, que possui 134,3 milhões de habitantes.
Classes mais pobres lideram ranking de inadimplência
Ricardo realizou o apuramento para analisar o comportamento financeiro do brasileiro e como a educação financeira está direcionada no país. Para o especialista, é necessário avaliar todos os cidadãos, em especial aqueles que pertencem à classe baixa. Ele afirma:
“O crédito é fundamental na gestão das finanças pessoais e, de maneira correta, ajuda as famílias a construírem patrimônio.
Então, é preciso gastar um pouco mais de tempo ensinando as pessoas a refletirem sobre o crédito, e não só sobre investimentos.
A gente bate muito em cima de investimentos quando se tem uma população de 63 milhões de negativados. Não há sentido” completou
É necessária uma mudança de mentalidade
O professor ainda fala que entre esses inadimplentes, existem muitas pessoas que possuem plenas condições para conseguir sair do vermelho. É tudo questão de prioridade e planejamento.
Ricardo ainda fala sobre como os nomes conferidos a algumas linhas de crédito podem prejudicar a perspectiva do cidadão sobre elas, acabando por influenciar o seu uso. Por exemplo, o chamado cheque especial.
Na verdade, a alternativa não tem nada de especial e para muitos brasileiros acabou se tornando uma bola de neve. Rocha sugere a mudança da nomenclatura para “crédito emergencial”.
“Acredito que a mudança do nome para crédito emergencial causaria um grande impacto na hora do indivíduo utilizar esse recurso. É bom que se possa contar com isso, mas tem que ser usado com cautela”.