A situação fiscal no Brasil já é um debate preocupante desde 2014, mas em agosto do ano passado a mesma já era “péssima” nas palavras do vice-presidente Mourão. O descontrole do risco fiscal ficou nítido para especialistas diante da dívida pública, o que se agravou em larga escala na pandemia.
Diante do cenário de má gestão do governo federal em termos de endividamento do país e recuperação tímida do PIB, e igualmente da logística de vacinação, atualmente um dos motores para elevar a criação, produção e consumo de riquezas, há gargalos que influenciam na queda do Ibovespa.
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Na última quinta-feira o índice da Bolsa de Valores (B3) apresentou 118.328 pontos, um número que preocupa o mercado financeiro, já que foi significativamente capaz de apagar os ganhos adquiridos durante o ano de 2020.
Ruído fiscal volta a favorecer a queda da bolsa de valores brasileira
Operando com queda de 1,10% na última quinta-feira (20), os ganhos do ano passado da B3 ficaram apagados. O mercado financeiro sofre com o aumento das curvas de infecção da Covid-19, além do processo de vacinação está encontrando desafios em sua execução.
Em decorrência dessa piora, o esperado é que o governo federal seja obrigado a elevar as suas despesas como tentativa de atenuação da crise. Alguns congressistas já demonstraram apoio a novas propostas de extensão de auxílios emergenciais. Essa alternativa é vista por analistas como um novo ‘afundamento’ na situação fiscal brasileira.
Ibovespa: mais um dia de queda
Transparecendo as incertezas do mercado de ações nesta pandemia a B3 fechou um novo dia de queda. Nesta sexta-feira (22), o Ibovespa chegou a 117.215, uma baixa de 0,94%.
Mais uma vez também as ações de empresas de turismo e petróleo são as responsáveis pelo prejuízo. Na liderança se portou o IRB Brasil, empresa privada de resseguros que apresentou rombo de 124 milhões em meados de novembro.
Em relação ao setor de turismo, recuaram ações da Gol, Azul e CVC Brasil, como resultado do receio da distribuição de vacinas no país. Com o baque do petróleo no exterior, as ações da Petrobras despencaram.
Ritmo de recuperação econômica é permeado de incertezas
Investidores têm pressionado o governo federal diante do risco fiscal dado como certo por alguns analistas, pois a situação econômica brasileira reverbera no mercado financeiro com grande impacto negativo.
Tanto a dívida pública quanto o risco fiscal (em novembro de 2020 já superando os 90% de endividamento em cima do PIB) vem sendo um debate constante de especialistas e investidores que enxergam apenas incertezas em torno do ritmo de recuperação da economia brasileira.
No ano de 2014 o Brasil já gastava mais que angariava de impostos, gerando déficit e consequentemente endividamento, mas não há dúvidas de que a pandemia só acelerou e deu vazão para maiores gastos, elevando a dívida pública e abrindo espaço para uma agenda de debates de medidas de urgência de ajuste fiscal.
Explosão da dívida, agravamento fiscal e sem previsões de ajuste
No ano passado o governo brasileiro contou com uma dívida de R$ 6,53 trilhões, conforme fonte do Banco Central (BC), uma das maiores se comparado os últimos 10 anos. Este somatório bruta incide na marca de 90% sob o PIB, enquanto no ano de 2019, ela estava em em torno de 75,8% e com ares de recuo.
Essa dívida bruta é utilizada como meio de avaliação do endividamento de uma nação, considerando todas as despesas federais, estaduais e municipais. No dia corrente o BC divulgou queda da mesma para 88,1%.
Por ter gastado demais e justificadamente na pandemia, porém sem a necessária previsão de retorno ao “status de normalidade" ficou difícil pensar em ajuste fiscal e atualmente a pasta do Ministério da economia tem o grande desafio de realizar um ajuste de R$ 300 bilhões para tirar o Brasil do vermelho e amenizar o endividamento.