Cada vez mais os bancos estão preocupados com os golpes que acontecem na internet, prejudicando clientes e as próprias finanças empresariais. Por isso, eles criam e atualizam seus códigos de segurança. Mas, nem sempre ficam 100% protegidos dos golpes. Ao mesmo tempo, o consumidor também pode colaborar com isso.
Sendo assim, ninguém quer pagar um boleto incorreto, não é mesmo? Porque ainda que seja possível conseguir o estorno do dinheiro, isso daria uma grande dor de cabeça. Dessa forma, a gente encontrou 7 maneiras que são fáceis de observar as possíveis fraudes em boletos bancários. Assim, dá para evitar o golpe.
Uma curiosidade antes de começarmos com os tópicos é que nem sempre os hackers visam os boletos mais caros, de alto valores. Mas, conforme pesquisa da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), a maioria deles foca em valores menores, que variam de R$ 200 a R$ 500.
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As melhores dicas para fugir do golpe do boleto falso
Atualmente, há várias formas que os criminosos da internet usam para falsificar um boleto bancário. Por exemplo, alterando o código de barras, criando páginas falsas para forjar as faturas e até mesmo enviando e-mails com o documento incorreto.
Sabendo disso, fomos atrás daquelas dicas que mais fazem sentido na hora de evitar esse tipo de golpe, que pode trazer um grande prejuízo para todo consumidor. Aliás, no fim do artigo a gente também vai falar como você pode se comportar caso caia em um desses golpes.
1 - A origem da cobrança
Se há uma boa dica é sobre se atentar para a cobrança. Ou seja, o que queremos avaliar é a procedência desse tipo de cobrança que está sendo feita. Aliás, essa dica é muito valiosa para os dias atuais, quando os boletos são enviados diretamente por e-mail.
Então, o que se deve fazer é pensar, lembrar e buscar a informação sobre a compra que você está pagando, que pode ser de produto ou serviço. Geralmente, os criminosos virtuais usam e-mails semelhantes de grandes lojas para aplicar golpes.
Mas, se você não comprou nada nela, então, por que pagaria o boleto?
Outra coisa é que nesses e-mails danificados, os criminosos deixam algumas falhas. A primeira delas é sobre o remetente. Por exemplo, observe bem quem foi que mandou para você o e-mail. Faça uma análise minuciosa sobre o que está ali e se desconfiar, ligue para a loja.
Uma boa dica para esse caso é sempre optar por baixar o boleto direto do aplicativo da empresa ou através do site. Afinal, isso aumenta as chances de você pagar um boleto errado, que chegou por e-mail ou por correspondência.
2 - Os erros ortográficos ou gramaticais
Uma próxima forma de verificar a autenticidade dessas cobranças por boleto é analisando os possíveis erros de ortografia ou de gramática. Obviamente, nem sempre isso vai indicar um boleto falso, mas pode ser um grande sinal para que você evite o problema.
Geralmente, quando acontecem, são erros sutis, que estão no próprio documento, podendo ser no nome do pagador, nos dados do destinatário, entre outros. Lembrando que o seu nome completo e correto sempre tem que estar descrito no boleto, ok?
Há ainda a questão das informações inconsistentes. Ou seja, é quando você vê que a logomarca da empresa está estranha, diferente. Ou quando o número de emissão não é correspondente. Tem a questão do layout da cobrança. Tudo isso é indicativo para você.
3 - Os dados inseridos na cobrança
Só para completar o que falamos acima, sobre os possíveis erros, saiba que há demais campos no boleto que podem ser avaliados de forma mais detalhada também. Por exemplo, no campo de cedente/beneficiário é preciso vir o nome de quem vai receber a cobrança.
Enquanto que em sacador/pagador tem as informações de quem vai pagar o documento. E nesses campos você ainda poderá ver outros dados, como o CNPJ da empresa, a cidade, o estado, entre outras informações importantes.
4 - A sequência do código de barras
Mais um ponto interessante que responde muito bem a pergunta sobre como fugir desse golpe tem a ver com o código de barras. Talvez você nem tenha pensado nisso ainda, mas saiba que há ali uma sequência que faz todo sentido.
Por exemplo, os três primeiros números se referem ao código do banco que está fazendo a cobrança. O próximo dígito é sobre a moeda que é usada (9 significa que é pago em reais). Os próximos 25 números são definidos pela empresa emissora do boleto.
Mas, aí vem o 30º número, que fica isolado. Ele é chamado de código verificador ou dígito verificador. Ele serve para atestar que os últimos dados estão corretos. E os quatro números finais são referentes à data de vencimento, que dizem quando dias faltam para a cobrança vencer. Se for 0000 indica que não há data definida para o vencimento.
Os últimos 10 dígitos possuem referência ao valor do boleto. Por exemplo, o valor de R$ 257,89 vai vir no boleto com os números de 0000025789. Então, apesar de não ser tão simples assim, essa também é uma forma bacana de saber a veracidade do boleto.
5 - A leitura do código de barras
Se antes o assunto era sobre a sequência do código de barras, agora vamos falar da leitura dele. Obviamente, nem sempre isso será possível. Porém, quando for, saiba que você tem uma chance a mais de evitar o golpe: opte pela leitura automática do código.
Assim, considerando que uma grande parcela das pessoas faz pagamentos online, pelos aplicativos de banco, saiba que ao ler o código com a câmera do celular você evita o erro humano de digitar algum dado errado. O mesmo vale para a leitura em caixas eletrônicos.
Se o documento tiver um código de barros incorreto, fraudulento, então, o celular e o caixa eletrônico não vão encontrar a leitura da linha digitável. O que pode dar um bom indicio de que aquele boleto não é verdadeiro.
6 - A conexão de internet
Mais uma dica que é muito valiosa para quem gosta de usar o internet banking é sobre optar pelo pagamento de compras e contas usando apenas um wi-fi, que é uma rede mais protegida, e que não seja pública e sim particular, o que a torna ainda mais segura.
Isso porque as redes públicas estão mais suscetíveis aos ataques em roteadores, que podem falsificar as páginas visitadas. Então, ainda que sejam golpes bem mais aprimorados, eles podem acontecer a partir da intercepção do acesso. Logo, faça sempre o download em redes seguras, assim como o aceso ao aplicativo do banco e o uso de senhas.
7 - O boleto registrado
A próxima das dicas que faz todo sentido, inclusive, é uma das medidas criadas para aumentar a segurança desses documentos é o que é chamado de “registro do boleto”. Através de uma plataforma de cobranças, a Federação Nacional dos Bancos criou a ferramenta em 2018.
Assim, o registro é um sistema unificado entre bancos e correspondentes bancários. Sendo assim, a solução diz respeito ao fato de que todo boleto que tem registro tem também um código que o torna rastreável. E isso ajuda em alguns sentidos.
Por exemplo, o consumidor não conseguirá pagar o mesmo boleto duas vezes. E tanto quem paga como quem recebe poderá consultar o registro dele. Assim, nem é preciso emitir uma nova via em caso de atraso. Os juros e as multas são definidos automaticamente.
Você caiu no golpe do boleto falso?
Essa parte do texto não é interessante para quem quer descobrir como evitar o golpe. No entanto, pode ser que você tenha caído nele. Por mais desesperador que seja, saiba que tem algumas formas de correr atrás do seu prejuízo. Inclusive, é o que diz o Idec.
O Idec é o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e ele orienta sobre o que fazer no caso de ter sido acometido por essa fraude. Aliás, dizendo que antes de tudo é preciso tirar cópias do boleto falso e do comprovante de pagamento, que é aquele que sai do caixa eletrônico ou que fica disponível na conta, através do internet banking.
Assim, com esses papéis em mãos, o próximo passo é fazer o Boletim de Ocorrência em um alguma delegacia ou pela internet. Em seguida, então, deve ir até o banco ou o fornecedor do serviço. Isso porque eles devem responder pela reparação dos danos causados ao consumidor.
A citação está no artigo 20 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Conforme o Idec, “em casos de golpe de falso boleto, os fornecedores devem arcar com os prejuízos, pois são os únicos que possuem acesso ados dados do consumidor e são responsáveis por eles”.
E o Idec ainda diz mais: “ao permitir que os boletos sejam impressos pela internet, essas empresas assumem o risco de segurança que está associado à emissão deles. O mesmo vale para os boletos enviados aos Correios”.
Se a empresa não der o respaldo necessário, o Idec ainda comenta sobre um próximo passo, que é o de registrar a reclamação no Procon da cidade ou no site do consumidor.gov.br, que é do Ministério da Justiça. Por último, ele poderá entrar com ação no Juizado Especial Cível.