A verdade é que não dá para investir diretamente na taxa Selic. No entanto, há diversos ativos que permitem isso, seja através do acompanhamento da taxa ou se baseando no CDI, que sempre fica muito próximo da Selic.
Mas, ainda que a gente saiba disso, será que há boas vantagens para se investir na taxa Selic? Com certeza, ainda mais quando se trata da renda fixa, que possui a característica de ter um rendimento final conhecido/combinado. No mercado de ações, a conversa é um pouco diferente. Então, vamos falar um pouco disso tudo nas próximas linhas. Bora lá.
Leia também: Vale a pena investir na conta do PicPay? Confira vantagens e desvantagens
A principal vantagem de investir na taxa Selic

A explicação que melhor vai fazer você entender a importância da taxa Selic nos investimentos é a seguinte: quando a inflação do país sobe, automaticamente, o Banco Central aumenta a taxa Selic para estabilizar a economia. Logo, há uma relação direta entre Selic e inflação.
O que dá para entender que quando a inflação sobe, a gente perde o poder de compra. Todo mundo perde. Por isso, manter investimentos baseados na Selic faz tanto sentido, já que você vai acompanhar essa alta da inflação com a melhor rentabilidade do seu investimento.
A ideia fica próxima de um investimento que é atrelado à inflação. Tanto é que esse investimento costuma ser indicado para quem quer se manter sem perder o poder de compra. O problema é que esses ativos, geralmente, são de longo prazo.
E ainda dá para comparar com os títulos prefixados, também. Só que nesse caso, a conversa muda de rumo. Isso porque a taxa prefixada não varia e se a inflação aumentar ou diminuir, isso não vai interferir no seu investimento, o que pode ser bom ou ruim.
Aqui vale também citar o diferencial de que as taxas prefixas oferecidas pelos emissores buscam uma “expectativa da Selic” para os próximos anos. Então, a ideia é que siga esse índice. Mas, trata-se de expectativa, o que não representa, sempre, a realidade.
As outras vantagens de se investir na Selic

Considerando que a taxa Selic é uma boa ideia pensando nesse acompanhamento da inflação no país, vamos agora falar de vantagens secundárias, mas ainda assim importantes sobre esses investimentos da renda fixa.
Opções – o primeiro ponto que queremos destacar aqui é sobre as opções. Se a gente for considerar o pagamento com base na Selic, a gente vai ver que tem muitas alternativas no mercado, como CDBs, LCIs, LCAs, Tesouro, etc.
Taxas – seguindo o que falamos acima, se há várias opções, saiba que também há taxas bastante interessantes sobre o CDI (que acompanha a Selic). Um exemplo está em CDBs atuais que pagam mais do que 150% do CDI. Isso pode dar quase 1,5 vezes a Selic.
Prazos – quando se vai comprar um ativo pensando na rentabilidade próxima à Selic, a gente também tem que considerar as alternativas relacionadas ao prazo. Isso pode ser visto, especialmente, em CDBs. Eles variam de meses (liquidez diária) até longos anos (acima de 5).
Segurança – mais um ponto bacana de ser estudado é o fato de que a Selic é um índice muito usado na renda que, por sua vez, possui vários ativos bastante seguros, como quando são assegurados pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) ou pelo Tesouro Nacional, por exemplo.
Portanto, de um modo rápido e geral, a gente pode considerar que sim, o pagamento de um investimento que tenha como base a Selic pode ser interessante para vários investidores. Inclusive, para os mais experientes ou mais novatos.
Entenda os fundos DI

Aqui vale a pena a gente citar uma curiosidade, que é sobre os fundos DI. Para quem não sabe, eles são da renda fixa e devem ter, ao menos, 95% dos ativos ligados ao Tesouro Selic (abaixo, a gente vai explicar mais sobre os ativos que investem na Selic).
Então, esses fundos acabam sendo alternativos para quem quer ter esse tipo de rendimento, sem ter que ficar comprando ativos individualmente. O único problema é que como todo fundo de investimento, esses aqui também possuem taxas administrativas.
E, dependendo do valor, essas taxas podem “corroer” demais a rentabilidade. Por outro lado, considere que esses fundos costumam ter como objetivo ultrapassarem a marca de 100% do CDI, ou seja, deixar o ativo acima da Selic.
Os ativos que permitem investir na taxa Selic
Acima, a gente antecipou esse tópico ao citar os fundos DI, de fato, eles são uma opção para quem quer investir pensando na Selic. No entanto, fora dele, saiba que há também outras opções de investimentos com esse mesmo foco. E vamos começar pelo Tesouro Selic.
Tesouro Selic

Atualmente, o Tesouro Selic é visto como o ativo da renda fixa mais seguro do país. Isso porque ele é emitido pelo Tesouro Nacional e usado pelo governo para o financiamento de projetos dentro do país.
O investimento inicial é próximo a R$ 100 e dá para fazer aportes diários. A taxa de custódia é uma cobrança feita em 0,25% sobre o valor total investido e acontece dividido em 2 vezes ao ano. Além disso, há o imposto de renda.
A taxa de corretagem existe. Porém, a grande maioria das corretoras não cobram por ela. Logo, quem quiser investir no Tesouro Direto só precisa abrir conta na corretora, transferir o dinheiro e comprar os papéis. O rendimento é baseado na Selic.
CDBs

A grande maioria dos CDBs paga com base no CDI, que fica bem próximo à Selic. Assim, quanto maior for a porcentagem, então, melhor para cada investidor. Como falamos há CDBs pagando acima de 150% do CDI. Mas, a maioria é de 100% do CDI.
É uma opção que tem bancos como emissores e a garantia do FGC. Também existe o imposto de renda e as taxas para investir em CDBs dependem das corretoras. Geralmente, não há cobranças, como no caso do Tesouro.
Como escolher a melhor renda indexada à Selic
Como vimos até aqui, alguns investimentos financeiros estão totalmente relacionados a taxa Selic. Sendo assim, é importante levar eles em conta para manter uma carteira de ativos equilibrada. No entanto, também temos que considerar outro ponto de vista.
Quando a Selic cai, então, a renda fixa perde rendimento. Logo, a renda variável pode se tornar mais indicada. Só que para investir entre um e outro, o que você tem que avaliar é o seu perfil de risco e todas as outras condições.
Um erro é achar que com a Selic baixa você terá que vender todos os ativos da renda fixa que tem e sair por aí comprando ações. Obviamente, isso não vai ser legal. De modo geral, para todo caso, saiba que além da rentabilidade você tem que avaliar outros pontos, como o risco.
Um bom começo sempre é o de pensar em ativos que paguem acima de 100% do CDI porque isso mantém você bem próximo da Selic e equilibrado com a inflação. Considerando isso, a gente tem que falar agora da poupança, o que é inevitável.
A poupança

Você não precisa te entendido tudo e somente uma parte do texto para saber porque hoje em dia a poupança não é mais indicada por praticamente nenhum especialista/economista, certo? Mesmo assim, vamos explicar mais facilmente.
Como mencionamos, saiba que o CDI acompanha a Selic e a Selic é uma forma de manter o poder de compra devido a inflação. Por isso, a recomendação sempre é a de buscar ativos que paguem acima do 100% do CDI – foi exatamente o que falamos em dois parágrafos acima.
O problema da poupança está justamente nisso. Com a nova regra, o rendimento dela passou a ser de 70% do CDI. Ou seja, é 30% a menos do que isso. Então, por isso mesmo, não adianta nada você achar que a poupança é uma boa ideia porque é simples.
Ela pode ser simples, sim. Tem garantia também. No entanto, há outros ativos mais rentáveis e que possuem segurança para o investidor, como o Tesouro Selic, que citamos lá em cima. Entendeu porque a caderneta da poupança é tão malvista assim, nos dias de hoje?
E a Selic nas ações, como elas influenciam?

Esse tópico será bem mais curto se comparado com os outros que citamos acima. Mas, ele é importante para você tenha essa noção da relação entre a Selic e o mercado da renda variável. Observe que isso acontece de forma indireta.
Vamos lá: os papéis das empresas não estão diretamente atrelados à taxa de juros. No entanto, eles podem sofrer a influência deles, assim como de todo mercado e da economia, de um modo geral.
Portanto, quando a Selic sobe, ela torna as taxas de juros mais caras. Por isso, uma empresa que tenha financiamentos deverá gastar mais dinheiro com o pagamento dos juros (que subiram). Isso afeta o lucro da empresa e pode fazer as ações caírem, por exemplo.
Já quando os juros estão mais altos, eles afetam o consumo, o que pode impactar, ainda que indiretamente, os resultados das companhias. E tem mais coisas, como o fato de que a queda dos juros facilita o acesso ao crédito, etc. Tudo isso, indiretamente, chega na bolsa de valores.