Recentemente, foi noticiada a evolução do Índice de Confiança Empresarial Industrial. Os bons números, com uma perspectiva positiva para a indústria para os próximos meses animaram a economia do Brasil.
No entanto, foi graças à boa expectativa que o ICEI conseguiu desempenhar uma pontuação acima da média. Porque, dependendo das circunstâncias atuais, o índice não iria muito longe.
Apesar disso, a atividade da indústria no nosso país segue em baixa devido à diminuição do consumo e outros fatores que vamos abordar aqui. Isso pode ser uma questão problemática, se analisarmos uma projeção futura. A alta nos preços de diversos produtos é um exemplo disso.
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Baixa atividade industrial no país
De acordo com uma análise feita pela Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria - CNI, a produção industrial no mês de junho teve uma queda. Os dados divulgados pelo CNI mostram que comparando com maio deste ano, o índice de evolução estacionou em 43,4 pontos.
No entanto, este não foi o único decréscimo apontado pela análise. Além do índice de evolução, a UCI (que é a Utilização da Capacidade Instalada) recuou um ponto percentual, para 66%.
É importante evidenciar que geralmente, em junho, o índice que avalia o crescimento fica abaixo dos 50 pontos. Porém, a preocupação surge quando são observados o 6º mês dos quatro últimos anos.
As projeções são negativas
Para esse período passado, o desempenho de 2019 só foi melhor que nos tempos que a crise estava em seu pior momento, em 2014 e 2015. Essas são algumas das muitas características que apontam para a baixa atividade e alta ociosidade da indústria brasileira.
Quando comparamos a performance atual do UCI com o histórico usual, é possível identificar uma queda de 3,9 pontos. A entidade reforça que esse é o pior nível do índice desde maio de 2018, quando ocorreu a paralisação dos caminhoneiros.
Sem levar em consideração o movimento grevista, o índice não apresenta melhores resultados desde abril de 2017.
As causas da fraca atuação
Para estudar este desempenho da indústria, é necessário relacionar três fatores centrais: o baixo consumo, estoques cheios e baixa demanda. Nesta perspectiva, o CNI explica que a falta de demanda no mercado é o que eleva a preocupação dos empresários.
Este aspecto se mostra como um dos principais entraves do setor industrial, perdendo apenas para a carga tributária altíssima. Dentro do país, a pouca demanda foi alvo de queixas de mais de 40% das empresas neste segundo trimestre. Um dos economistas da CNI, Marcelo Azevedo, comenta:
"A preocupação com a falta de demanda desestimula os empresários a aumentar a produção, fazer investimentos e criar empregos, o que dificulta ainda mais a recuperação da economia".
Se a falta de demanda fosse apenas aqui dentro, a situação até que seria mais sustentável. No entanto, a nível exterior, a procura também é baixa. O alto custo da matéria-prima, assim como sua falta e as objeções para conseguir acesso ao crédito também causam preocupação.