O cartão de crédito serve para realizar pagamentos, oferecendo um prazo determinado para o consumidor pagar as suas despesas. Com a possibilidade de parcelar o que foi comprado, além de quitar as dívidas no mês seguinte, essa opção é bastante tentadora.
É possível que ocorra um descontrole financeiro e o indivíduo passe dos limites, acumulando mais e mais despesas. Neste caso, ele se vê na necessidade de renegociar as dívidas que adquiriu com o cartão.
Caso esteja passando por isso, nossa equipe preparou esse artigo, abordando tudo sobre o assunto. Continue a leitura e confira como sair desse aperto!
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A seguir, você vai encontrar:
- O que acontece se não pagar a fatura do cartão de crédito
- Como funciona o crédito rotativo do cartão
- Juros do cartão: por que tão alto?
- Taxas de juros cobradas pelos bancos
- Dicas de especialistas sobre como renegociar dívidas do cartão de crédito
- Há um período certo para renegociar as dívidas?
- Erros que devem ser evitados ao renegociar uma dívida
O que acontece se não pagar a fatura do cartão de crédito
Primeiramente, torcemos que isso não aconteça com ninguém. Isso porque se a fatura do cartão não for paga a tempo, a instituição financeira responsável pelo produto irá cobrar encargos, como multa e juros. Estas, por vez, são uma das taxas mais altas do mercado.]

Além disso, o consumidor pode ter o cartão cancelado, o limite bloqueado e ter o nome negativado em órgãos como o SPC e Serasa. Com isso, ele perde o acesso ao crédito e fica impossibilitado de parcelar futuras compras.
Na maioria das vezes, as cobranças altas são grandes empecilhos para quitar as dívidas. Atualmente, aqueles que não são capazes de pagar o valor total da fatura e decidem acumular as dívidas acabam utilizando o rotativo do cartão de crédito.
Outros cartões são bloqueados caso a fatura de um em específico não seja paga?
Para a alegria de muitos, outros cartões não são a resposta é não. Caso o indivíduo tenha outros cartões e fique negativado devido não ter realizado o pagamento da fatura de um deles, as outras instituições não impedem de utilizar esse meio de pagamento.
Como funciona o crédito rotativo do cartão
Essa linha de crédito, considerada um tipo de empréstimo, é oferecida quando o consumidor não consegue pagar toda a sua fatura, quitando somente o valor mínimo. Na prática, entrar no crédito rotativo indica que o indivíduo está pagando juros em cima do valor não quitado.

Para exemplificar: caso uma fatura do cartão era de R$1.000 reais, mas só foram pagos R$200 reais, o valor restante (R$800 reais) será acrescentado à fatura seguinte com juros. Se o percentual dos juros for de 15% ao mês, a quantia irá aumentar para R$920 reais em 30 dias.
Por isso, não vale a pena entrar nessa linha de crédito. Além das taxas elevadas, o rotativo dura cerca de 30 dias. Após esse período, o consumidor precisa pagar toda a conta ou parcelá-la com juros menores. Ressalta-se que ao quitar a fatura, o valor para gastar fica disponível novamente
Juros do cartão: por que tão alto?
Antes de tudo, é preciso reforçar que os juros de cartão de crédito são os mais altos de todos. Mas, por que isso ocorre? Bom, a elevação constante das taxas tem um motivo: o risco admitido pelas administradoras.

Toda instituição financeira, quando empresta uma certa quantia ao cliente, assume o risco de não ter o dinheiro de volta dentro do prazo estabelecido. Diante disso, para compensar, as empresas cobram juros elevados pelo tempo que o indivíduo ficou sem pagar.
Vale ressaltar que caso aconteça algum contratempo grave, será difícil percebê-lo de maneira rápida e fácil pelas administradoras. Ademais, não há certeza que será fácil cobrar um consumidor inadimplente.
Taxas de juros cobradas pelos bancos
Quando o cliente decide parcelar uma fatura, ele está sujeito a não prolongar indefinidamente a dívida, tendo mais uma opção de financiamento. Entretanto, isso não significa que essa é a alternativa mais vantajosa.

Ao verificar a fatura, é possível saber o percentual da taxa de juros cobrada pela instituição. Normalmente, ela costuma variar entre 0,99% a 9,99% ao mês. Um detalhe é que poucos consumidores conseguem ficar nas taxas mínimas, já que a tendência é ficar perto de 9,99%.
Abaixo, confira o ranking das taxas de juros para o rotativo dos cartões nos principais bancos e empresas financeiras. Todos os dados foram divulgados pelo Banco Central do Brasil (BC) em 2020.
Instituição | % a.m. | % a.a. |
BANCO DO BRASIL | 9,65 | 201,92 |
CAIXA ECONOMICA FEDERAL | 10,79 | 241,98 |
BANCO SAFRA | 11.09 | 253,37 |
BANCO ITAUCARD | 11,11 | 253,87 |
BANCO SANTANDER | 11,18 | 256,52 |
BANCO BRADESCO | 11,34 | 262,93 |
BV FINANCEIRA | 13,45 | 354,74 |
BANCO ORIGINAL | 14,29 | 396,64 |
Para evitar o não pagamento da fatura, as instituições costumam tabelar os juros, estipulando o mínimo e o máximo. Então, recomenda-se saber certinho as taxas cobradas pela empresa que administra o seu cartão e ver se vale a pena pagar por mês o percentual determinado.
Dicas de especialista sobre como renegociar dívidas do cartão de crédito
A fim de evitar um estrago financeiro em sua vida, é importante estar atento às formas de renegociar as dívidas com o banco. Além da possibilidade de conversar diretamente com a empresa, saiba que é possível tomar algumas precauções, dependendo da situação.

O presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira (ABEFIN), Reinaldo Domingos, contou tudo o que sabe sobre esse assunto. Veja abaixo como renegociar uma dívida de maneira eficiente.
Situação financeira
De acordo com Domingos, a primeira coisa a se fazer é verificar a condição financeira para os próximos seis meses. Caso seja a mesma do período ‘‘pré-crise’’ e a receita estiver equilibrada, o indivíduo pode seguir normalmente pagando o cartão.
Porém, se a maré virar e o orçamento estiver implicado pelos próximos 180 dias, o conselho é renegociar sua dívida. Segundo o presidente da ABEFIN, o ideal é solicitar a prorrogação do pagamento até conseguir ter o financeiro estabilizado. Caso isso não aconteça, o indivíduo irá ‘‘quebrar’’.
Contato com o banco
“Deixe documentado bem claro sua nova situação. É importante informar a instituição e propor uma forma de pagar que se encaixe à sua nova realidade de orçamento”, relata Reinado ao jornal Estadão.
Segundo ele, o interessado deve entrar em contato com a empresa responsável pela emissão do cartão de crédito e explicar a atual situação, informando que ela mudou e que deseja fazer uma renegociação da dívida.
O ideal para Domingos é solicitar carência de 180 dias, além do pagamento em 12x sem juros. Caso a empresa não aceite a proposta, recomenda-se continuar negociando até chegar em um acordo com a instituição.
Outras alternativas
Em último caso, recomenda-se não pagar a dívida, caso o banco não ofereça boas condições de pagamento. Reinaldo explica que o endividado pode se complicar lá na frente se o novo valor estipulado não couber no bolso.
O presidente da ABEFIN relata que a melhor opção é buscar uma empresa de recuperação de crédito para conseguir taxas mais baixas. O Feirão Limpa Nome do Serasa, por exemplo, chega a dar mais de 90% de desconto para quitar as dívidas.
‘’Não se preocupe se o banco negativar seu nome nesse momento. Depois você vai negociar para ter condições muito melhores’’, explica ao final. Com essas dicas, fica mais fácil tentar renegociar as despesas e voltar a ter um orçamento planejado.
Há um período certo para renegociar as dívidas?
De acordo com a instituição Banco BV, é melhor renegociar as dívidas o quanto antes e não esperar muito tempo para resolver o problema. Com isso, deve-se realizar uma avaliação do orçamento e ver se esse é o momento certo para começar a pegar as dívidas.

Ressalta-se que, a partir do momento da nova negociação, o indivíduo tem a obrigação de arcar com ela. Sendo assim, caso não esteja em condições, é melhor esperar um pouco mais até que o orçamento esteja tranquilo.
Vale a pena aproveitar os períodos em que algumas empresas costumam oferecer promoções de desconto, como a temporada de Natal. Nessas épocas, os interessados conseguem quitar o débito e ter o acesso liberado a novos créditos.
Erros que devem ser evitados ao renegociar uma dívida
Planejar sair do vermelho necessita de muita atenção para que a situação financeira não seja prejudicada. Por isso, além de seguir as dicas dadas por especialistas em finanças, é preciso evitar alguns erros.

Quanto mais tempo tardar em quitar o débito, maiores serão as taxas cobradas. Então, a dica é tentar pagar parcelas maiores em um período menor de tempo. Para mais orientações, o canal ‘‘Mentor Dívida Zero’’ preparou um vídeo, mostrando outro erro que deve ser evitado nesse momento. Confira!
Vídeo disponível
É importante mencionar que não se deve deixar levar pela tentação de gastar novamente. Se possível, recomenda-se esperar um pouco as finanças se estabilizarem. O ideal é não acumular novas dívidas durante um bom tempo.
Consequências ao não pagar a dívida renegociada
A renegociação de dívidas é a maneira de conseguir honrar com os compromissos de forma tranquila, além de ser uma oportunidade para aprender com os erros e evitar mais transtornos financeiros.
Vale dizer que esse acordo precisa ser honrado com mais rigor, pois caso contrário, o indivíduo pode perder o acesso ao crédito, ter o nome sujo novamente e até perder os descontos obtidos, retomando o valor original da dívida.
A questão é que devemos saber lidar com a dívida, ou seja, ao adquiri-la, fazer isso com planejamento e consciência para que possamos pagá-la sem comprometer a nossa paz e as finanças daqueles para quem estamos devendo.