Em menos de 20 anos, plano de saúde sobe mais de 380% no país

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) usou os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para fazer um estudo que avaliou o aumento no preço dos planos de saúde entre os anos 2000 a 2018.

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Usando a média da inflação oficial do país, o resultado mostrou que as mensalidades dos planos de saúde individuais e particulares no país subiram exatamente 382% em 18 anos.

O aumento foi muito acima do que a inflação no mesmo período. A inflação ficou em 208% no Brasil e no setor de saúde a inflação bateu 180%. Dessa forma o aumento foi de mais de 380%.

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Fonte: (Reprodução/Internet)

Alta engloba todos serviços de saúde

O IPCA é um índice que mede o preço dos principais grupos de serviços e produtos inflacionários do país já o Ipea é especializado em pesquisas e estudo macroeconômicos no Brasil e atua na área desde 1964.

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O aumento foi de 180% na área da saúde inclui produtos além do plano de saúde, como o valor dos remédios, das consultas médicas, das internações e também dos exames médicos.

Para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) o estudo está inadequado. Já o Ipea garante que desconsiderou as variações dos planos de saúde e também dos itens de cuidados pessoais nessa conta e que o resultado foi de 180% em 18 anos.

Ipea responsabiliza reajuste da ANS

Para especialistas que fizeram o estudo é preciso considerar que o aumento se deve aos reajustes dos planos feitos pela ANS, que mudou a sua forma de calcular os reajustes em 2018. Agora, a instituição considera os custos médicos e a inflação, que é medida pelo IPCA.

“O que precisa ser falado é sobre a garantia da ANS aos consumidores e empregadores. Essa nova metodologia vai mudar esse aumento tão agressivo que houve em 18 anos”, diz o Ipea.

O órgão ainda explica que através de uma simulação, a fórmula deveria considerar o aumento agressivo que houve no passado, o que não aconteceu.

Metodologia de reajuste deve ser reavaliada, segundo o Ipea

O Ipea considerou também que 20% de todos os planos são individuais. Outra parte, que corresponde a 80% são de planos coletivos ou empresariais, que possuem liberdade para reajustes, sem limites da ANS.

Dessa forma, entende-se que a ANS não foi capaz de regular a inflação dos planos de saúde. A sugestão do Ipea é que seja feita uma nova metodologia para os novos reajustes que contemplem a opinião da sociedade. Discordando a agência rebate:

“[...] As mudanças que resultaram no aperfeiçoamento da metodologia do reajuste foi dada em ampla oportunidade para manifestações e sugestões de todas as partes”.

A intenção para o Ipea, seria reavaliar a metodologia para evitar a judicialização em virtude desses aumentos. Contudo, ela já acontece. Para saber mais, confira mais na matéria da Folha clicando aqui.