O grande desafio do governo Bolsonaro é acelerar a economia do país. Visando alcançar esse objetivo, nesta sexta-feira foi anunciada uma mudança muito importante nos índices de juros para financiamentos de imóveis.
A novidade para o crédito imobiliário será feita em concordância com a Caixa Econômica Federal e a queda dos juros nos financiamentos terá uma diminuição bastante relevante. De 8,5%, vai para 5,82% ao ano.
O grande objetivo da Caixa é aumentar o número de financiamentos, facilitando o acesso a esse serviço por meio da diminuição de juros. Nós vamos abordar aqui, as características da resolução do banco.
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Entenda a diminuição dos juros
A notícia animou muitas pessoas. No entanto, para que a medida se concretize, ainda é necessário que o Banco Central se posicione de maneira favorável. O principal aval do Bacen deve ser à troca do indexador de contratos. Atualmente, a inflação oficial é a Taxa Referencial (TR).
Para a medida entrar em vigor, é necessário que ela passe a ser o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA). Para entender melhor como acontecerá a mudança, vamos explicar como é o funcionamento atualmente. A TR, está em 0% hoje, e é aplicada com um aumento que vai de 8,5% a 9,5% por ano.
Com a permissão do Bacen, o IPCA passará a ser aplicado. No ano, o índice fechará em 3,82%, de acordo com informação do IBGE. A ideia é que com a mudança, a aplicação das taxas adicionais do banco não influenciem tanto na porcentagem total. Afinal, o percentual varia de 2% a 3%.
Exemplo prático do financiamento
Com o IPCA sendo utilizado como inflação oficial, as taxas cobradas mais o IPCA, resultaria em juros que iriam de 5,82% a 6,82% ao mês. Imagine isso num exemplo prático. Caso você faça um financiamento de R$ 212,2 mil reais e divida em 240 meses a parcela seria R$ 1,8 mil com o TR.
Já com o IPCA, o valor final da prestação ficaria em R$ 1,4 mil. Apesar de a diferença da parcela não ser tão grande, a economia final é surpreendente. Com o TR, o proponente pagaria R$ 432 mil, mas com o IPCA será R$ 355,3 mil.
A instabilidade do modelo
No entanto, o economista do Núcleo Expansão, Alexandre Prado faz um alerta importante sobre a possível mudança:
"No momento que o IPCA está sob controle, a medida é vantajosa para o mutuário. Mas é preciso ter cuidado, porque o governo vai tirar um indicador que não varia, que é a TR, para um indicador que é mais flutuante e está diretamente ligado à inflação"
A previsão é otimista
Os clientes da Caixa que possuírem uma avaliação de crédito boa poderão pagar juros ainda menores. No fim, a diminuição das taxas será cerca de 31,5% comparado aos moldes atuais. Porém, os benefícios serão apenas para os contratos que forem firmados após a aprovação da medida.
Fazer a migração para as novas condições também não será possível. A expectativa do governo é que com a novidade, outros bancos também se interessem em fazer a redução dos juros para o financiamento.
A Caixa Econômica Federal também está otimista com possível aprovação do modelo. Alguns cálculos indicam que a carteira de crédito habitacional pode dobrar, indo dos R$ 449 bilhões para cerca de R$ 1 trilhão. O programa Minha Casa Minha Vida não se incluirá no modelo.